Violência estrutural: mediações entre “o matar e o morrer por conta”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e78029

Resumo

O artigo tem como tema a violência, ora como sintoma, ora como condição, e destaca a centralidade que esta assume na produção e reprodução da sociabilidade atual. A partir de uma pesquisa teórica, o texto, ao apresentar a complexidade da questão e problematizar as conceituações hegemônicas sobre violência estrutural, propõe uma reconceituação desta no sentido de apreender a violência, como modus operandi da sociedade patriarcal-racista-capitalista e, nesse sentido, como um fenômeno estrutural e estruturante das relações sociais. As reflexões indicam, ainda, a relevância da abordagem crítica da violência estrutural como caminho teórico-político a partir das conexões e pluralidade que ela possibilita, no intuito de desnaturalizar a(s) violência(s) em curso e, consequentemente, fortalecer as lutas e resistências plurais em direção ao seu enfrentamento.

Referências

BARROSO, M. F. Rotas críticas das mulheres Sateré-Mawé no enfrentamento à violência doméstica: novos marcadores de gênero no contexto indígena. Manaus: Edua, 2015.

BARROSO, M. F. Violência estrutural contra mulheres em Belo Monte: o que os dados oficiais (não) revelam. Revista Em Pauta, Rio de Janeiro, v. 17, n. 43, p. 140-154, jan/jun. 2019.

BOZZA, F. S. A tutela penal dos direitos humanos nas democracias de opinião (II). Canal Ciências Criminais. 2016. Disponível em: https://canalcienciascriminais.com.br/a-tutela-penal-dos-direitos-humanos-nas-democracias-de-opiniao-ii/. Acesso em: 16 jan. 2017.

CONTI, T. V. Os Conceitos de Violência Direta, Estrutural e Cultural. 2016. Disponível em: http://thomasvconti.com.br/2016/os-conceitos-de-violencia-direta-estrutural-e-cultural/?subscribe=success#527. Acesso em: 27 nov. 2017

COUTINHO, C. N. O estruturalismo e a miséria da razão. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

CRUZ, E. F. Ação política, transformação social e re-construção de identidades: um olhar a partir do feminismo para a militância das mulheres rurais nos movimentos sociais. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008.

DAVIS, A. Mulheres, cultura e política. São Paulo: Boitempo, 2017.

FONTES, V. O Brasil e o capital-imperialismo: teoria e história. Rio de Janeiro: ESPJV/UFRJ, 2010

GAGO, V. A potência feminista, ou o desejo de transformar tudo. São Paulo: Elefante, 2020.

GALTUNG, J. Violence, peace, and peace research. Journal of Peace Research, n. 6, v. 3, p. 167-191, 1969.

IANNI, O. Capitalismo, violência e terrorismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

IASI, M. O Estado e a violência. Blog da Boitempo, 2013. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2013/10/16/o-estado-e-a-violencia/. Acesso em: 16 jan. 2017.

ŽIŽEK, Slavoj. Violência: seis reflexões lateriais. São Paulo: Boitempo, 2014.

LESSA, S. Lukács e a ontologia: uma introdução. Outubro Revista, 2015.

Disponível em: http://outubrorevista.com.br/wp-content/uploads/2015/02/Revista-Outubro-Edic%CC%A7a%CC%83o-5-Artigo-06.pdf. Acesso em: 26 nov. 2016.

MARIUTTI, E. B. Violência, capitalismo e mercadorização da vida. Texto para discussão. Campinas: IE/Unicamp, n. 240, jun. 2014.

MARTÍN-BARÓ, I. Acción y ideologia: Psicología Social desde Centroamérica. San Salvador: UCA, 2012.

MARTÍN-BARÓ, I. Consecuencias psicológicas del terrorismo político. In: BLANCO, Amalio; CORTE, Luis de la (Orgs.). Poder, ideología y violência. Madrid: Trotta, 2003. p. 259-269.

MARX, K.; ENGELS, F. A Ideologia Alemã: crítica da novíssima filosofia alemã em seus representantes Fererbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

MIGUEL, L. F. Violência e política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 30, n. 88, jun. 2015. Disponível em: http//dx.doi.org/10.17666/308829-44/2015. Acesso em: 15 out. 2016.

MINAYO, M. C. S.; SOUZA, E. R. de. Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, n. 3, p. 513-531, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v4n3/v4n3a06.pdf. Acesso em: 5 fev. 2017.

ODALIA, N. O que é violência. São Paulo: Brasiliense, 2004.

ROS, A. C. P. Produção e reprodução social da violência: rebatimentos da naturalização de processos violentos na sociedade capitalista. Anais da V Jornada Internacional de Políticas Públicas, 2011.

SANTOS, J. V. T. Violências e conflitualidades. Porto Alegre: Tomo, 2009.

SILVA, J. F. Alguns apontamentos sobre a intervenção profissional do assistente social na área da violência urbana. Revista Virtual Textos & Contextos, n. 2, dez. 2003.

SILVA, R. A. Sociologia da conflitualidade (Resenha). Soc. Estado, Brasília, v. 25, n. 2, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69922010000200013. Acesso em: 22 out. 2016.

VÁZQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular Brasil, 2011.

ŽIŽEK, S. Violência: seis reflexões lateriais. São Paulo: Boitempo, 2014.

Downloads

Publicado

2021-05-28