Passado, Presente e tendências para o Futuro das Lutas Sindicais no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2022.e80099

Resumo

O sindicalismo no Brasil é determinado pela relação entre capital e trabalho, em que as lutas da classe trabalhadora passaram por avanços e retrocessos. Dentre os avanços, auxiliou na abolição do regime escravista, conquistou uma série de direitos trabalhistas, organizou greves e instituições sindicais. Este artigo busca, a partir da teoria do valor-trabalho e da literatura que analisa o sindicalismo, transitar da gênese ao presente do assalariamento, marcada pela ofensiva do capital que aprofunda o desemprego e a informalidade. Também identifica as tendências para maior precarização das relações e dos contratos de trabalho, assim como a reorganização das lutas sindicais. Conclusivamente, identifica a centralidade da negociação sindical sobre a taxa e as condições de exploração da força de trabalho, assim como a administração do exército industrial de reserva como estratégia do capital.

Biografia do Autor

Rodrigo Fernandes Ribeiro, Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Serviço Social, Mariana, Minas Gerais, Santa Catarina.

Doutor em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina (2018). Possui Licenciatura em Ciências Sociais pela UFSC (2009), bacharelado em Serviço Social também pela UFSC (2018) e mestrado pelo PPGSS/UFSC (2013). Professor do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Coordenador do LIVRE HERMANA - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Formação Social Latino-Americana e Brasileira. Tem experiência nos estudos sobre trabalho e teoria social, atuando principalmente nos seguintes temas: sindicalismo, ditadura civil-militar, formação social brasileira, teoria do valor-trabalho, financeirização e mundialização do capital, endividamento dos trabalhadores.

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Publicado

2022-01-20