A produção alimentar de base agroecológica e agroflorestal sob uma perspectiva marxista
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-0259.2022.e86088Palavras-chave:
Agroecologia, Marxismo e ambientalismo, Capitalismo e agriculturaResumo
O presente texto propõe iniciar um debate a partir da teoria social de Marx em torno das potencialidades e limites da agroecologia e da técnica agroflorestal, em especial aquela influenciada pelos princípios do suíço Ernst Götsch, que encontra grande ressonância no Brasil. É, também, uma tentativa de trazer para o Serviço Social debates externos, cujo matiz teórico-metodológico da profissão, crítico e de raiz marxiana, enseja sobre perspectivas tecnicistas da sociedade. A contradição entre relações técnicas e relações sociais é tratada aqui como um canal para dialogar sobre o quanto as relações técnicas estão subsumidas à forma social do capital. Intenta-se demonstrar que tal subsunção ocorre também com as técnicas agroecológicas e agroflorestais, funcionando como uma barreira a seu espraiamento e colocando em xeque o sistema social do capital, que não consegue atender à demanda social por alimentação saudável para todos.
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