“Aprender com”: ecologia dos saberes e a obra de Davi Kopenawa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2024.e93429

Palavras-chave:

Davi Kopenawa, teoria pós-colonial, Ecologia dos saberes, insurgência epistêmica, questão indígena

Resumo

Este artigo busca promover um diálogo entre a abordagem teórica e analítica de algumas das teorias pós-coloniais,
e a obra político, filosófica e crítica sobre o Brasil que o xamã e ativista indígena yanomami Davi Kopenawa, representante do povo yanomami, oferece para os “Brancos”. Este trabalho se insere dentro do programa de pesquisa delineado por Santos e Menezes (2010) com o intuito de promover a construção epistemológica de uma ecologia dos saberes. Para tanto, iremos analisar o livro “A queda do céu – palavras de um xamã yanomami” produzido e escrito conjuntamente por Davi Kopenawa
e pelo antropólogo Bruce Albert. Utilizaremos uma metodologia qualitativa de cunho descritivo que tem como procedimentos a pesquisa bibliográfica e documental de fonte de dados.

Biografia do Autor

Marcus Abilio Pereira, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorado, Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, Portugal
Professor Associado, Departamento de Ciência Política, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política,
Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG.

Rogério Duarte do Pateo, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorado, FFLCH-USP
Professor Associado, Departamento de Antropologia e Arqueologia, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG.

Referências

ALBERT, B. Fumaça do metal: história e representação do contato entre os Yanomami. Anuário Antropológico/89, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1992. p. 151‐90.

CASTRO-GOMEZ, S.; GROSFOQUEL, R. (ed.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Iesco-Pensar-Siglo del Hombre Editores, 2007.

CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO (CIMI). Relatório: violência contra os povos indígenas no Brasil: Dados de 2021. 2021.

DAVIS, S. Vítimas do milagre: o desenvolvimento e os Índios no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

DUSSEL, E. Sistema mundo y transmodernidad. In: SAURABH, D., BANERJEE, I.; MIGNOLO, W. (ed.). Modernidades coloniales. México: El Colegio de México, 2004. p. 201–226.

HUTUKARA ASSOCIAÇÃO YANOMAMI; ASSOCIAÇÃO WANASSEDUUME YE’KWANA. Yanomami sob ataque: garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo. Instituto Socioambiental, Boa Vista, abr. 2022. Disponível em: https://acervo.

socioambiental.org/acervo/documentos/yanomami-sob-ataque-garimpo-ilegal-na-terra-indigena-yanomami-e-propostas-para. Acesso em: KOPENAWA, D.; ALBERT, B. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

LANDER, E. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In: LANDER, E. (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales: perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO/UNESCO, 2000.

MIGNOLO, W D. Introduction. Cultural Studies, v. 21, n. 2–3, p. 155–167, 2007.

PATEO, R. D. Relatório Sobre a Violação de Direitos Humanos na TIY 1960 – 1988. Comissão Nacional da Verdade. Relatório Não Publicado, 2014.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, P. (org.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010.

QUIJANO, A. Estado-nación, ciudadanía y democracia: cuestiones abiertas. In: QUIJANO, A. Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la colonialidad/descolonialidad del poder. Buenos Aires: Clacso, 2014.

RAMOS, A R. Yanomama indians in northern Brazil threatened by highway. In: RAMOS, A. R.; TAYLOR, K. I. (ed.). The Yanomama in Brazil 1979. Copenhagen: ARC/IWGIA, 1979. p. 1–41.

RAMOS, A. R. O papel político das epidemias: o caso Yanomami. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1993. 38 p. (Série Antropologia)

SANTOS, B. de S. Descolonizar el saber, reinventar el poder. Montevideo: Ediciones Trilce, 2010.

SANTOS, B. de S. Más allá de la imaginación política y de la teoría crítica eurocêntricas. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 114, 2017.

SANTOS, B de S. A gramática do tempo: para uma nova cultura Política. São Paulo: Editora Cortez, 2006.

SANTOS, B. de S.; MENESES, P. (org.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010.

TAYLOR, K I. Development against Yanomama, the case of mining and agriculture In: RAMOS, A. R.; TAYLOR, K. I. (ed.) The Yanomama in Brazil 1979. Copenhagen, ARC/IWGIA, 1979. p. 43–98.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Apresentação. In: COHN, S. (org.). Ailton Krenak. 1. ed. Rio de Janeiro: Azougue Editora, 2015.

VIVEROS DE CASTRO. Antropologia renovada. Entrevista concedida a Juvenal Savian Filho e Wilker Sousa. Revista Cult, 13 dez. 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/antropologia-renovada/. Acesso em: 15 abr. 2023.

WALSH, C. ¿Son posibles unas ciencias sociales/culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales. Nómadas (Col), Colombia, Universidad Central Bogotá, n. 26, p. 102–113, 2007.

WALSH, C. Political epistemic insurgency social movements and the refounding of the state. In: MORAÑA, M.; GUSTAFSON, B. (ed.). Rethinking Intellectuals in Latin America, Iberoamericana Editorial Vervuert, SL 2010. p. 199–211.

Downloads

Publicado

2024-07-12