Autocracia burguesa e a práxis revolucionária de Florestan Fernandes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e74976

Resumo

Em um cenário atual de escalada do autoritarismo no contexto político, nacional e internacional, as lições teóricas e políticas legadas por Florestan Fernandes são ferramentas importantes para ajudar a iluminar novas e antigas estratégias no enfrentamento desses desafios contemporâneos. Após sua consagração acadêmica e em meio à aposentadoria compulsória decorrente do Ato Institucional nº5 em plena ditadura civil-militar brasileira, Florestan identificou nos processos políticos de seu tempo a necessidade de construção de nova uma práxis. Deste modo, o objetivo deste artigo é resgatar os sentidos dessa práxis me meio às consequências pessoais e dramáticas da intensificação da autocracia burguesa, a “distensão” da ditadura e a “transição democrática”, passando pelos novos constrangimentos da chamada “Nova República” até 1995, quando de seu falecimento. Para tanto, foi utilizada pesquisa bibliográfica e documental, compreendendo tanto os registros teórico-metodológicos desse período tardio da trajetória de Florestan quanto as experiências de engajamento político e os conteúdos de sua intervenção militante.

Biografia do Autor

Keila Carvalho, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ)

Doutora em Ciências Humanas (Sociologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Professora do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)

Referências

CANDIDO, A. Amizade com Florestan. In: D’INCAO, M. A. (org.). O saber militante: ensaios sobre Florestan Fernandes. São Paulo: Unesp, 1987.

CARDOSO, M. L. Capitalismo Dependente, Autocracia Burguesa e Revolução Social em Florestan Fernandes. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995. Disponível em: http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/limoeirocardosoflorestan1.pdf. Acesso em 11 maio 2020.

D’ARAUJO, M. C. O AI-5. Fatos e imagens: artigos ilustrados de fatos e conjunturas do Brasil, [201-?]. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/AI5. Acesso em: 7 maio 2020.

FERNANDES, F. Apontamentos sobre a “teoria do autoritarismo”. São Paulo: Hucitec, 1979.

FERNANDES, F. Brasil: em compasso de espera: pequenos escritos políticos. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 2011.

FERNANDES, F. Carta a Barbara Freitag de 1º dez. 1970. In: FREITAG, B. Florestan Fernandes por ele mesmo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 10, n. 26, jan./abr. 1996.

FERNANDES, F. A condição de sociólogo. São Paulo: Hucitec, 1978.

FERNANDES, F. A Constituição inacabada. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.

FERNANDES, F. A ditadura em questão. São Paulo: T. A. Queiroz, 1982.

FERNANDES, F. Entrevista concedida a Heródoto Barbeiro. Roda Viva, TV Cultura, 1994.

FERNANDES, F. Entrevista concedida a Paulo de Tarso Venceslau. Teoria e Debate, São Paulo, n. 13, 1991. Disponível em: https://teoriaedebate.org.br/1991/01/20/florestan-fernandes/. Acesso em: 21 maio 2020.

FERNANDES, F. Leituras e legados. São Paulo: Global, 2010.

FERNANDES, F. A natureza sociológica da sociologia. São Paulo: Ática, 1980.

FERNANDES, F. Pensamento e ação: o PT e os rumos do socialismo. São Paulo: Globo, 2006.

FERNANDES, F. Que tipo de República? São Paulo: Brasiliense, 1986.

FERNANDES, F. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo: Globo, 2005.

FERNANDES, F. Sociedade de classes e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

FERNANDES, F. A sociologia no Brasil: contribuição para o estudo de sua formação e desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1977.

FERNANDES, F. A transição prolongada: o período pós-constitucional. São Paulo: Cortez, 1990.

FERNANDES, H. Florestan Fernandes, um sociólogo socialista. Apresentação. In: FERNANDES, H.; FERNANDES JÚNIOR., F. Tudo na vida é sério, mas nada é definitivo. Entrevista com Zilda Iokoi e Marcos Cripa. Revista ADUSP, São Paulo, n. 4, p. 22-27, 1995.

LÊNIN, V. Que fazer? São Paulo: Hucitec, 1978.

PAULO NETTO, J. A recuperação marxista da categoria de revolução. In: D’INCAO, M. A. (Org.). O saber militante: ensaios sobre Florestan Fernandes. São Paulo: Unesp, 1987.

PAULO NETTO, J. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. São Paulo: Cortez, 2007.

Downloads

Publicado

2021-04-09