A categoria migração na perspectiva do materialismo histórico e dialético

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02592018v21n2p239

Resumo

O grande e crescente contingente de migrantes no mundo atual que se move para diferentes direções, ocupando lugar periférico em termos espaciais, ocupacionais, educacionais e de acesso aos serviços públicos, nos leva a problematizar acerca das análises sobre o fenômeno da migração. Nesta direção, apresentamos alguns subsídios teóricos para a pesquisa sobre a temática. O objetivo é contribuir com análises que busquem ir além da aparência e visem captar as múltiplas determinações do concreto, ou seja, compreender a realidade que move os trabalhadores e suas famílias a migrar. Compreendemos que o movimento migratório acompanha o próprio processo de expansão do capital na direção da acumulação, visto que a acumulação capitalista produz uma população trabalhadora supérflua, segundo Marx, disponível para ser lançada em diferentes locais e ramos de produção. Concluímos que a categoria migração, na perspectiva do materialismo histórico, é um fenômeno que tem origem na expropriação dos meios de subsistência e na exploração do trabalho e, portanto, não pode ser compreendida fora destes processos. Nessa perspectiva, lançamos mão das categorias acumulação, mercadoria, exército industrial de reserva e expansão espacial do capital para a análise do deslocamento dos trabalhadores.

Biografia do Autor

Célia Regina Vendramini, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professora titular do Departamento de Estudos Especializados em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Publicado

2018-07-16