Marx e a indústria 4.0: trabalho, tecnologia e valor na era digital

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2022.e82591

Palavras-chave:

Administração de Empresas, Estratégia, Tomada de decisão

Resumo

Este artigo problematiza alguns aspectos da automação e da digitalização para a produção capitalista a partir da chegada da Indústria 4.0, com ênfase na questão da acumulação de capital na forma de valor (Wertform). Estes fenômenos são abordados sob a perspectiva marxiana do trabalho produtivo, com foco na relação entre trabalho, tecnologia e valor, sob a inflexão das contradições estabelecidas entre trabalho vivo e trabalho morto na era digital deste século XXI. A questão nevrálgica está em como o trabalho morto “ganha vida” com a ascensão dos robôs dotados de inteligência artificial, e como uma força autônoma subjuga o trabalho vivo ao mesmo tempo que produz o seu progressivo descarte na forma de complexas contradições imanentes à produção automatizada/digitalizada. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, no tocante ao debate teórico historicamente acumulado, e também a pesquisa documental para levantamento de dados em fontes secundárias.

Biografia do Autor

Wecio Pinheiro Araujo, Universidade Federal da Paraíba

Professor efetivo (Adjunto III) na Universidade Federal da Paraíba (DSS/CCHLA/UFPB), com atuação permanente no Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS/UFPB). Colaborador no Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Pernambuco (PPGFIL/UFPE). Doutor em Filosofia pelo Programa de Doutorado Integrado UFPE/UFPB/UFRN, com estágio sanduíche na Alemanha (CAPES/PDSE) junto à Hochschule für Grafik und Buchkunst (HGB/Leipzig). Coordena o Grupo de Estudos em Filosofia e Crítica Social (GEFICS/DGP/CNPq), no qual desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de filosofia política e social, com ênfase nas obras de Hegel, Marx e na Teoria Social Crítica. Mestre em Serviço Social (UFPB) e bacharel em Serviço Social (UFPB), com formação complementar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa (Portugal).

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Publicado

2022-01-20