Cenas do dissenso na poesia de Golgona Anghel: um diálogo com Jacques Rancière

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2025.e102834

Palavras-chave:

dissenso, gestos poéticos, cena da palavra, tempo e política

Resumo

O artigo é dedicado a analisar os modos de narrar o “dissenso”, conceito de Jacques Rancière, na escrita da poeta portuguesa contemporânea Golgona Anghel. Nas obras Como uma flor de plástico na montra de um talho (2013), Vim porque me pagavam (2011) e Nadar na piscina dos pequenos (2017), serão analisados poemas que mantêm uma narratividade dialogada com a “racionalidade do dissenso”. Rancière recorre a uma análise minuciosa da eficácia estética quando associada ao fazer político em sua origem: o reconhecimento da não igualdade e da importância de romper com as “cenas de palavras” que mantêm a “máquina da explicação”, fundamentada na luta de classes e, ao mesmo tempo, na sua perpetuação.

Biografia do Autor

Júlia Dutra Izidoro, Universidade Federal Fluminense

Mestra em Literatura portuguesa e africanas de Língua portuguesa pela Universidade Federal Fluminense (UFF); pesquisa de poesia contemporânea comparada à filosofia e política.

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Publicado

16.06.2025

Como Citar

IZIDORO, Júlia Dutra. Cenas do dissenso na poesia de Golgona Anghel: um diálogo com Jacques Rancière. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 30, p. 01–17, 2025. DOI: 10.5007/2175-7917.2025.e102834. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/102834. Acesso em: 24 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigos