Silêncio e “manhas”: formas de resistência do subalterno em Jane Eyre

Autores/as

  • Charles Albuquerque Ponte Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
  • Vanalucia Soares da Silveira Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2015v20n1p147

Resumen

Este trabalho tem como objetivo analisar as estratégias de resistência dos subalternos em Jane Eyre (2008), romance de Charlotte Brontë publicado originalmente em 1847, a partir de uma interpretação pós-colonialista. As personagens enfatizadas serão as oriundas da Jamaica, Bertha Mason e seu irmão, Richard, utilizando os modelos de resistência que Ascroft, Griffiths e Tiffin (2010) definem como ab-rogação e apropriação e as que Bhabha (2010) menciona como sly civility (cortesia dissimulada) e mímica. Bertha Mason, a principal representante da subalternidade, faz mais uso da sly civility e da ab-rogação, enquanto Richard Mason utiliza-se mais da mímica e da apropriação, isso porque a colonizada repudia a cultura do centro, ao negar a linguagem europeia, diferentemente do irmão, que procura a imitação, ao apropriar-se do discurso do europeu para garantir seu lugar social, e, desse modo, o hibridismo cultural. Considerada louca e não tendo voz no romance, Bertha Mason desperta a nossa curiosidade acerca da honestidade da narradora, por esta ser branca e seu discurso ser construído a partir de discursos de personagens também brancos, principalmente o de Rochester cujo casamento com a autóctone fora considerado uma empreitada colonial. Dessa forma, somos motivados a compreender a exclusão dos subalternos do mundo simbólico, em correlação com sua procedência racial, cultural e mental, extraindo disso a possibilidade de as cesuras discursivas simbolizarem a opressão e repressão coloniais de uma assujeitação violenta. No entanto, isso não atesta a anulação do sujeito subalterno, pois mesmo censurado, discursivamente, encontra alternativas para resistir às forças colonizadoras.

Biografía del autor/a

Charles Albuquerque Ponte, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Mestre em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003) e doutor em Teoria e História Literária pela Universidade de Campinas (2011). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, atuando principalmente em Literatura e Cinema Norte-Americanos pós 1960.

Vanalucia Soares da Silveira Oliveira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB

Possui Mestrado em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2013). Atualmente é professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sousa. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Literaturas Estrangeiras Modernas.

Publicado

2015-06-18

Cómo citar

PONTE, Charles Albuquerque; OLIVEIRA, Vanalucia Soares da Silveira. Silêncio e “manhas”: formas de resistência do subalterno em Jane Eyre. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 147–164, 2015. DOI: 10.5007/2175-7917.2015v20n1p147. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20n1p147. Acesso em: 14 mar. 2025.

Número

Sección

Seção Temática Estudos Subalternos

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