Artigo: Da unidade natural à instabilidade dos híbridos: implicações conceituais da crise ambiental sobre a separação moderna entre ciência e política.

Autores

  • César Pessoa Pimentel Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

Na atualidade, na medida em que práticas de conservação e preservação ambientais buscam internalizar uma natureza frágil e finita, a imagem moderna de processo civilizador sofre modificações. Este visava a organizar um exterior selvagem, cuja utilização para as finalidades humanas poderia ser estendida infinitamente. Quando as lutas humanas não se dão contra um exterior desordenado, mas no interior da sociedade, os limites utilizados pela Modernidade a fim de separar sociedade e natureza perdem sua força inicial. No presente artigo, tentaremos analisar as implicações desse acontecimento sobre ciência e política, práticas que, dispostas na Modernidade em terrenos distintos, interpenetram-se na atualidade em torno das questões ambientais. Para isto, em primeiro lugar, analisaremos a importância que a exterioridade do mundo natural teria assumido para a Modernidade. Em seguida, nos ocuparemos da crise instaurada sobre a repartição entre competências científicas e políticas, para então propor uma mudança no modelo de representação moderno.

Biografia do Autor

César Pessoa Pimentel, Universidade Federal do Rio de Janeiro

possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em práticas de produção de subjetividade, atuando principalmente nos seguintes temas: biotecnologias, neurociências, subjetividade, visibilidade, cognição e transdisciplinaridade.

Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro é graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), com mestrado em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1989) e doutorado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, concluído em 1996. Atualmente é Professora Adjunta do Instituto de Psicologia da UFRJ, onde coordena a Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. No âmbito deste programa, integra a Linha de Pesquisa Construção Psicossocial de Saberes e Subjetividades . Tem 1 Tese de Doutorado e 18 dissertações de Mestrado orientadas e defendidas. Orienta ainda 6 Teses de Doutorado e 2 Dissertações de Mestrado. Publicou 1 livro, diversos capítulos de livro e artigos em periódicos especializados, notadamente nos campos da Psicologia, Comunicação e Ciências Sociais. Coordena o Grupo de Pesquisa Cultura Contemporânea: subjetividade, conhecimento e tecnologia (CNPq) e neste âmbito desenvolve pesquisas em torno da produção de subjetividade na sociedade tecnológica, bem como dos processos de produção de conhecimento e inovação, tendo como base o modelo de redes sócio-técnicas. Tem participado ativamente de fóruns de discussão envolvendo as relações entre tecnologia e sociedade, dos quais se destaca sua presença nas Reuniões da ANPOCS, da Sociedade Brasileira de Sociologia e da ABRAPSO.

Downloads

Publicado

2004-01-01

Edição

Seção

Dossiê Temático