Conflitos por reconhecimento na modernidade periférica entre a igualdade e a distinção

Autores

  • Marcelo Kunrath Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Fernando Canto Michelotti Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2009v8n14p447

Resumo

Este artigo parte do argumento de que a categoria do reconhecimento, na modernidade periférica, se depara com uma configuração social bastante diferenciada do contexto no qual foi originalmente elaborada, para discutir o quanto as lutas por reconhecimento podem acabar por fundamentar e legitimar a desigualdade social no país. Em países como o Brasil, o acesso ao reconhecimento social tende a se construir não pela luta para ser reconhecido como sujeito portador de direitos, mas, ao contrário, pela luta para marcar uma distinção que possibilite usufruir os ganhos materiais e simbólicos associados a esta posição diferenciada. Com o intuito de explorar as possibilidades analíticas abertas por este argumento, o artigo enfoca experiências de organização coletiva de catadores de materiais recicláveis no estado do Rio Grande do Sul. Demonstra-se que, em oposição aos discursos e intencionalidades que orientam a atuação das organizações investigadas, as lutas por reconhecimento que elas desenvolvem são, em grande medida, marcadas por um esforço para se distinguir de outros que se situam na mesma condição de subalternidade, estabelecendo uma competição pelo acesso a determinados bens materiais e simbólicos escassos.

Biografia do Autor

Marcelo Kunrath Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Kunrath Silva Professor do Departamento de Sociologia e dos Programas de Pós-Graduação em Sociologia e em Desenvolvimento Rural – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fernando Canto Michelotti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando em Sociologia/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2009-10-06

Edição

Seção

Artigos