Abate bovino e rede industrial: um estudo sobre a introdução e gestão racional e econômica das emoções dos animais
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7984.2016v15n33p68Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir as novas exigências impostas ao mercado da carne para atender as preocupações éticas com as condições de vida e morte dos animais. Essas exigências, traduzidas nas normas de bem-estar animal e abate humanitário, levam os mercados a adotar novas estratégias com vistas a adequar as suas formas de atuação em termos práticos e morais. A partir dessa questão mais geral, esse artigo se deterá às atividades realizadas no frigorífico, e, portanto, aos novos procedimentos que devem ser adotados para que o sofrimento dos animais seja minimizado nesses ambientes. Para a realização dessa discussão, contarei com os dados de pesquisa obtidos durante uma visita técnica ao frigorífico da cidade de Açailândia (MA) e entrevistas com funcionários e ex-funcionários do local e agentes estatais ligados a produção e fiscalização da carne. Nesse caso, discutiremos que a adoção de novas técnicas que visam o bem-estar animal e o abate humanitário emergem como uma exigência que atende aos bons padrões de produção da indústria. Assim, através de uma pressão externa e moral, essas novas exigências são apropriadas e ressignificadas, tornando-se uma diretriz gerencial interna, implicada com a lógica produtiva.
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