Assistentes sociais para além do serviço social
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7984.2019v18n43p288Resumo
O artigo discute a utilização da denominação “assistentes sociais” como forma de designação dos trabalhadores da assistência social, para além daqueles formados nos cursos de serviço social. O texto mostra que as fragilidades da estruturação do serviço social, como profissão, no Brasil e em diversas experiências internacionais, fazem desta atividade uma ocupação sem contornos claramente definidos. Com isso, há uma utilização por diversos agentes sociais, no mercado de trabalho, da nomenclatura “assistentes sociais”. O artigo demonstra, utilizando dados do Censo 2010 que, a partir da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) é possível identificar “assistentes sociais” com os mais variados perfis, tanto técnicos quanto com nível superior, todos utilizando a mesma referência ocupacional.
Referências
BHADURI, R. Self-Determination: lesson to be learnt from social work practice in India. British Journal of Social Work, v. 22, p. 187-191, 1992.
BOURDIEU, P. Os três estados do capital cultural. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (org.). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 71-80.
BRASIL. Lei nº 3.252, 28 de agosto de 1957. Regulamenta o exercício da profissão de Assistente Social. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3252.htm. Acesso em: 15 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº 1.889, 20 de junho de 1953. Dispõe sobre os objetivos do ensino do serviço social, sua estruturação e ainda as prerrogativas dos portadores de diplomas de Assistentes Socias e Agentes Sociais. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L1889.htm. Acesso em: 15 jul. 2018.
BRAUNS, H.-J.; KRAMER, D. Social Work Education in Europe. Mainz, Eigenvelag des Deutschen Vereins fur Offentliche und Private Fursorge, 1986.
CASTEL, R. Metamorfoses da Questão Social. Petrópolis: Vozes, 1998.
CATANI, A.; NOGUEIRA, M. A. Escritos de Educação: Pierre Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 2004.
COELHO, E. C. As Profissões Imperiais: medicina, engenharia e advocacia no Rio de Janeiro 1822-1930. São Paulo: Record, 1999.
CRUZ, L. R.; GUARESCHI, N. (org.). Políticas Públicas e Assistência Social: diálogo com as práticas psicológicas. Petrópolis: Vozes, 2009.
CRUZ, L. R.; GUARESCHI, N. O Psicólogo e as Políticas Públicas de Assistência Social. Petrópolis: Vozes, 2014.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Serviço Social: trajetória e perspectivas. Rio de Janeiro: DIEESE, 1995. (mimeo).
EJAZ, F. K. Self-Determination: lesson to be learned from social practice in India. British Journal of Social Work, v. 21, p. 127-143, 1991.
GIARCHI, G. G.; LANKSHEAR, G. The Eclipse of Social Work in Europe. Social Work in Europe, v. 5, n. 3, p. 25-36, 1998.
GIUMBELLI, E. O “Baixo Espiritismo” e a História dos Cultos Mediúnicos. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, n. 19, p. 247-281, jul. 2003.
GORE, M. S. A Historical perspective of the social work profession. The Indian Journal of Social Work, v. 58, n. 3, p. 442-455, 1997.
IARSHKAIA-SMIRNOVA, E.; ROMANOV, P. “A Salary is not important here”: the professionalization of social work in contemporary Russia. Social Policy & Administration, Oxford, v. 36, n. 2, p. 123-141, april 2002.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). As fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil. Brasília, DF: IBGE, 2007.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/. Acesso em: 15 jul. 2018.
ITO, Y. Social Work development in Japan. Social Policy & Administration, v. 29, n. 3, p. 258-268, 1995.
JORDAN, B. Invitation to Social Work. United Kingdom: Basil Blackwell, 1984.
KORNBECK, J. Researching social work professionalism in the context of European Integration. Social Work in Europe, v. 5, n. 3, p. 37-46, 1998.
LORENZ, W. Social Work in changing Europe. New York, Routledge, 1994.
MARSHALL, T. H. Política Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
MESTRINER, M. L. O Estado entre a Filantropia e a Assistência Social. São Paulo: Cortez. 2001.
MIDGLEY, J. Professional Imperialism: Social Work in the Third World. London: Heinemann, 1981. (Studies in Social Policy and Welfare XVI).
NETTO, J. P. O Serviço Social e a Tradição Marxista. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, Cortez, n. 30, p. 89-102, 1989.
NETTO, J. P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1992.
OLIVEIRA, E. M. 23 Teses para a Reforma do Serviço Social Brasileiro: pelo resgate de sua identidade e de uma cultura profissionalizante. Paraná: [s. n.], 2017.
PAUGAN, S. Desqualificação Social. São Paulo: Cortez, 2003.
SHETY, L. Professionalization of social work in United States and India. The Indian Jornal of Social Work, v. 57, n. 2, p. 259-275, 1996.
SIMÕES, P. Assistentes Sociais no Brasil. Rio de Janeiro: E-Papers/FAPERJ, 2013.
SOARES, G. Prefácio. In: SIMÕES, P. (org.). Gênero, Origem Social e Religião. Rio de Janeiro: E-Papers/FAPERJ, 2009. p. 11-15
VERDÈS-LEROUX, J. Trabalhador Social: práticas, hábitos, ethos e formas de intervenção. São Paulo: Cortez, 1986.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os artigos e demais trabalhos publicados em Política & Sociedade, periódico vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSC, passam a ser propriedade da revista. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e data dessa publicação.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.