Proposta para a estimação da corrupção regional no Brasil

Autores

  • André Carraro
  • Isis Born Machado
  • Mário Duarte Canever
  • José Luis Serafini Boll

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2015v14n31p326

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar uma metodologia alternativa de estimação da corrupção regional no Brasil. Sabe-se que a corrupção afeta negativamente a eficiência dos serviços públicos, e mesmo sendo um problema antigo, somente há pouco tempo têm sido aprofundados os estudos nessa área. São poucos, e muitas vezes inconsistentes os índices com dados objetivos para calcular a corrupção. Para este novo índice, utilizamos como a principal fonte de dados a base de dados do Cadastro de Responsáveis com Contas Julgadas Irregulares (Cadirreg), já que esta se fundamenta em análise multivariada, mais especificamente no método dos componentes principais. A análise deste índice torna possível identificar os estados mais, ou menos, corruptos, para, então, o governo ter possibilidade de tomar medidas preventivas a este problema. Encontramos como estados brasileiros mais corruptos Bahia, São Paulo e Maranhão; já Acre, Rondônia e Santa Catarina apresentaram os menores índices de corrupção.

Biografia do Autor

André Carraro

Doutor em Economia pela UFRGS. Professor Associado da UFPel. Membro docente e pesquisador do Programa
de Pós-Graduação em Organizações e Mercados (PPGOM/UFPel). E-mail: 

Isis Born Machado

Mestra em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Administradora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul). E-mail: isisbmachado@gmail.com

Mário Duarte Canever

Doutor em Administração pela Wageningen University. Membro docente e pesquisador do Programa de
Pós-Graduação em Organizações e Mercados (PPGOM/UFPel). E-mail: canever@ufpel.edu.br

José Luis Serafini Boll

Mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS). Auditor na Controladoria Geral da
União. E-mail: joseluisboll@gmail.com

Referências

ABDI. H.; WILLIAMS, L. J. Principal Component Analysis. Computational Statistics, v. 2, p. 433-459, 2010.

ANDERSON, C. J.; TVERDOVA, Y. V. Corruption, political allegiances, and attitudes toward government in contemporary democracies. American Journal of Political Science, v. 47, n. 1, p. 91-109, 2003.

BAC, M. Corruption and Supervision Costs in Hierarchies. Journal of Comparative Economics, v. 22, p. 99-118, 1996.

BANERJEE, A. V.; PANDE, R. Parochial Politics Ethnic Preferences and Politician Corruption. Faculty Research Working Paper Series, n. RWP07-031, p. 1-49, 2007. Disponível em:

research.hks.harvard.edu/publications/workingpapers/citation.aspx?PubId=4877&type=WPN>. Acesso em: 10 ago. 2013

______.; HANNA, R.; MULLAINATHAN, S. C. Corruption. National Bureau of Economic Research, Working Paper 17968, 75 p., 2012.

BECKER, G. Crime and Punishment: an economics approach. The Journal of Political Economy, v. 76, n. 2, p. 169-217, 1968.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subche"a para Assuntos Jurídicos. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. 07/12/1940 DOU de 31.12.1940 e retificado em 3.1.1941 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm

BREI, Z. A. Corrupção: dificuldades para definição e para um consenso. RAP, v. 30, n. 1, p. 64-77, 1996.

BRONARS, S. Campaign Donations Alter How a Politician Votes? Or, Do Donors Support Candidates who Value the Same ings that they do? Journal of Law and Economics, v. 40, n. 2, p. 317-350, 1997.

BROLLO, F. Who Is Punishing Corrupt Politicians: Voters or the Central Government? Evidence from the Brazilian Anti-Corruption Program. IGIER working paper, n. 336, 41 p., 2008.

BUCHANAN, J. M.; TULLOCK, G. !e Calculus of Consent: Logical Foundations of Constitutional Democracy. Ann Arbor, MI: University of Michigan Press, 1962.

CHAND, S. K.; MOENE, K. Controlling Fiscal Corruption. World Development, v. 27, n. 7, p. 1129-1140, 1999.

CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/>. Acesso em: 10 ago. 2013.

DEL MONTE, A.; PAPAGNI, E. Public expenditure, corruption, and economic growth: the case of Italy. European Journal of Political Economy, v. 17, p. 1-16, 2001.

______.; ______. e determinants of corruption in Italy: Regional panel data analysis. European Journal of Political Economy, v. 23, p. 319-396, 2007.

DONCHEV, D.; UJHELYI, G. What Do Corruption Indices Measure?. Social Science Electronic Publishing, p. 1-45, aug. 2009. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_

id=1124066>. Acesso em: 10 ago. 2015.

ESKELAND, G.; THIELE, H. Corruption Under Moral Hazard. Policy Research Working Papers Series, n. 2204, p. 1-32, 1999. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=623956>. Acesso em: 10 ago. 2015.

FERRAZ, C.; FINAN, F.; MOREIRA, D. B. Corrupção, Má Gestão, e Desempenho Educacional: Evidências a Partir da Fiscalização dos Municípios. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 36., 2008, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador: ANPEC, 2008. Disponível em:

<http://econpapers.repec.org/paper/anpen2008/200807211421560.htm>. Acesso em: 10 ago. 2015.

GOLDEN, M.; PICCI, L. Proposal for a New Measure of Corruption, Illustrated with Italian Data. Economics and Politics, v. 17, n. 1, p. 37-75, 2005.

JUNE, R. A Users’ Guide to Measuring Corruption. 2008. Disponível em: <http://www.undp.org/content/dam/aplaws/publication/en/publications/democratic-governance/dg-publications-forwebsite/

a-users-guide-to-measuring-corruption/users_guide_measuring_corruption.pdf>. Acesso

em: 9 ago. 2015.

HART, O. D; MOORE, J. H. Incomplete contracts and renegotiation. Econometrica, v. 56, p. 755-785, 1988.

HITE, N. Measuring Regional Variation of Corruption Induced Ineficiency in Public Roads Construction, using German Data. 2006. Disponível em: < http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/

summary?doi=10.1.1.537.2652 >. Acesso em: 8 ago. 2015.

JAIN, A. K. Corruption: a review. Journal of Economic Surveys, v. 15, n. 1, p. 71-121, 2001.

JOHNSON, O. E. G. An Economic Analysis of Corrupt Government, With Special Application to Less Developed Countries. Kyklos, v. 28, fasc.1, p. 47-61, 1975.

KAUFMANN, D.; KRAAY, A.; MASTRUZZI, M. Governance Matters VI: Governance Indicators for 1996-2006. World Bank Policy Research, Working Paper n. 4280, 105 p., 2006.

LIU, J.; LIN, B. Government Auditing and Corruption Control: Evidence from China’s Provincial panel data. China Journal of Accounting Research, v. 5, p. 163-186, 2012.

LUNA, F. E. Aplicação da metodologia de componentes principais na análise da estrutura a termo de taxa de juros brasileira e no cálculo de valor em risco. 2006. Disponível em:

www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1146.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2015.

MAURO, P. Corruption and Growth. The Quarterly Journal of Economics, v. 1, n. 3, p. 681-712, 1995.

______. Why Worry about Corruption. Economic Issues, n. 6, p. 1-19, 1997. Disponível em: Acesso em: 11 ago. 2015.

MITCHELL, William; SIMMONS, Randy. Para Além da Política: Mercados, Bens Estar e o Fracasso da Burocracia. Top Books, 2003

OLKEN, B. A. Corruption and the costs of redistribution: Micro evidence from Indonesia. Journal of Public Economic, v. 90, n. 4, p. 853-870, 2006.

______. Corruption perceptions vs. corruption reality. Journal of Public Economics, v. 93, n. 7-8, p. 950-964, 2009.

PERSSON, T.; G. TABELLINI, G. The Economic Effects of Constitutions. Cambridge, MA: MIT Press, 2003.

ROSE-ACKERMAN, S. The Economics of Corruption. Journal of Public Economics, v. 4, n. 2, p. 187-203, 1975.

______. Corruption: A Study in Political Economy. New York: Academic Press, 1978.

______. Corruption and Government: Causes, Consequences, and Reform. Nova York: Cambridge University Press, 1999.

PARUOLO, P.; SAISANA, M.; SALTELLI, A. Ratings and rankings: Voodoo or Science? Journal of the Royal Statistical Society, v. 176, n. 2, p. 1-26, 2012.

SHLEIFER, A.; VISHNY, R. W. Corruption. Quarterly Journal of Economics, v. 108, p. 599- 618, 1993.

SPECK, B. W. Mensurando a Corrupção: uma revisão de dados provenientes de pesquisas empíricas. In: HOFMEISTER, W. (Org.). Os Custos da Corrupção. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000. p. 9-45.

SVENSSON, J. Eight questions about corruption. Journal of Economic Perspectives, v. 19, n. 3, p. 19-42, 2005.

TANZI, V.; DAVOODI, H. Corruption, Public Investment and Growth. IMF Working Paper, WP/97/139, p. 1-23, 1997. Disponível em: <https://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/wp97139.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2011.

TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL. De#nição de corrupção. 2011. Disponível em: <http://www.transparency.org>. Acesso em: 10 ago. 2011.

TREISMAN, D. The causes of corruption: a cross-national study. Journal of Public Economics, n. 76, p. 399, 2000

.

______. What Have We Learned About the Causes of Corruption from Ten Years of Cross-National Empirical Research? Annual Review of Political Science, v. 10, 211-244, 2007.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. O que é o Cadastro de Contas Julgadas Irregulares?. 2013. Disponível em: http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 5 ago. 2013.

Downloads

Publicado

2015-12-11

Edição

Seção

Artigos