Na festa, no escritório, na cabine do trator: notas sobre o comércio de insumos agrícolas no “agronegócio” da soja
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017v16n35p380Resumo
A dimensão comercial da produção agrícola mobiliza, de modo expressivo, os produtores de soja da região central do Mato Grosso, precisamente da microrregião do Alto Teles Pires. Seus relatos revelam que a comercialização do produto, desde a implantação das lavouras no final dos anos 1970 até os anos 1990, ocorria sem a necessidade de cálculos aritméticos precisos para a obtenção de bons resultados comerciais. A tendência à diminuição da margem de lucro e a sofisticação das técnicas produtivas hoje demandam dos produtores a realização de cálculos complexos e minuciosos. Este artigo procura explorar uma pequena parte desse universo dos negócios agrícolas enfocando transações comerciais entre vendedores de insumos agrícolas e produtores de soja. A proposta é mostrar como os complexos cálculos do mercado de commodities agrícolas envolvem aspectos que extrapolam o “econômico”, como as reputações das partes. Veremos que essas trocas podem ser entendidas explorando as pontes entre racionalidade “econômica” e moralidades.
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