Observações sobre a política dos desejos: tentando pensar ao largo dos instintos compulsórios
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2006000200007Resumo
O texto procura articular uma maneira feminista e holista de pensar a relação entre natureza e desejos. Tento considerar nossos desejos em relação ao nosso corpo e a como ele responde às forças nas nossas subjetividades, às pessoas a nossa volta e à história da nossa espécie. Começo considerando a distinção entre o político e o pessoal e daí faço algumas observações sobre a natureza e as três ecologias imbricadas uma na outra como diagnosticou Guattari. Proponho que entendamos o corpo como a confluência dessas ecologias e, ao mesmo tempo, como sendo ele mesmo nossa plataforma política. Proponho, então, um modelo acerca de como a natureza molda e restringe nossos desejos de um modo que não nos impõe nenhuma mensagem específica. Reflito, assim, sobre nossos instintos e como eles se inscrevem na política de nossa espécie – e como eles podem ser transformados, uma vez que não são mais naturais que os demais itens da nossa paisagem subjetiva. Essa transformação, eu argumento, deve ser pensada em termos de uma politização ecológica.
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