Rumo ao ecofeminismo queer
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000100015Resumo
O presente texto propõe uma mudança de rumo para o ecofeminismo. Se a conexãosimbólica entre mulheres e natureza era criticada por essa perspectiva teórica, a discussãosobre os modos pelos quais nossa imagem de natureza é heterossexualizada e as conexõesentre diversidade sexual e natureza não eram exploradas. Gaard afirma que a cultura ocidentalé fundada em um medo ou repulsa não apenas de práticas homoafetivas, mas do erotismocomo um todo. A isso chama erotofobia, e é por causa dela que práticas sexuais-afetivas nãoreprodutivas são entendidas como desvio moral ou perversão. Para mostrar que a erotofobiaestá na raiz de muitas práticas, Gaard analisa a história do cristianismo e da colonização daAmérica, tentando mostrar que nesses exemplos históricos podemos ver como as conexõesentre a opressão de mulheres, das sexualidades queer, de pessoas não brancas e da naturezaestão interligadas. Esse cuidado em pensar tais ligações e uma vontade de repensar e liberaro erótico caracterizariam uma perspectiva queer para o ecofeminismo.
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