Travestilidades nômades: a explosão dos binarismos e a emergência Queering
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2012000200014Resumo
Apresentamos neste artigo algumas problematizações a respeito da expressão“travesti”, que, não se apoiando em um modelo único de referência sexual e de gênero parasua efetivação, nos permitiria falar em processos de ‘travestilização’. Esses processos seconstituem através de dispositivos em que lineamentos duros, flexíveis e de fuga participam dacriação de seus corpos, desejos e prazeres, transitando entre efeitos–consequências dediscursos normativos e singularizadores. Sua circulação no mundo coloca em xeque as matrizesbinárias heteronormativas do sistema sexo/gênero/desejo, que se desmancham diante de modosde subjetivação orientados por potências subversivas criadoras de novos campos possíveis deexistencialização. Nessa perspectiva, queremos mostrar que as expressões sexuais e de gênerosdas travestis formulam novas questões a respeito dos modelos identitários vigentes,demonstrando que a coerência e a inteligibilidade impostas pelos códigos heteronormativosprecisam ser urgentemente revistas, de modo a questionar a respeito da ordem social queapresenta o gênero associado ao sexo reprodutivo, para ressignificar as expressões sexuais,gendradas e subjetivas, em sua processualidade histórica que explode os binarismos, desprezaos universais e desmancha o absolutismo da ideia de verdade, enraizados nos sistemas bináriosde pensamentos sedentários, fechados, universais e a-históricos.
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