Gênero e constitucionalismo: sobre a Lei de proteção às mulheres do Estado Plurinacional da Bolívia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n358059

Resumo

No artigo busca-se explorar as interseções entre gênero e cultura na diversidade do Constitucionalismo latino-americano. Baseando-se nos estudos de gênero decoloniais, a questão central é problematizar a Lei de proteção às mulheres do Estado Plurinacional da Bolívia. Ao mesmo tempo, o Constitucionalismo latino-americano é interpretado em seu pluralismo epistemológico que resulta de sua vinculação a movimentos sociais distintos. Para tanto, no artigo são exploradas as discussões de gênero na América Latina e a forma como as questões de gênero ganharam uma narrativa específica distinta da eurocêntrica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Diogo Bacha e Silva, Faculdade de São Lourenço

Doutorando em Direito pela UFRJ, Mestre em Constitucionalismo e Democracia pela FDSM, Professor da Faculdade de São Lourenço, e-mail: diogobacha@ig.com.br

José Ribas Vieira, UFRJ

Doutor e Mestre em Direito pela UFRJ, Pós-doutorado pela Université Montpellier I, Professor Associado da PUC/RJ, Professor Titular da UFRJ, Presidente da Comissão Permanente de Direito Constitucional do Instituto dos Advogados Brasileiro – IAB, Pesquisador-coordenador do OJB-UFRJ, jribas@puc-rio.br

Referências

BALLESTRÍN, Luciana. “América Latina e o Giro Decolonial”. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117, maio-agosto 2013.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. Vol. I. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

BOLIVIA. Constitución Política del Estado. La Paz: Imprensa Oficial, 2009.

BOLIVIA. Ministerio de Justicia y Transparencia Institucional. Ley 348/2013. Ley integral para garantir a las mujeres una vida libre de violencia. La Paz: Imprensa Oficial, 2013.

BOLIVIA. Ministerio de Justicia. Aportes al debate: mujeres y pluralismo jurídico en Bolivia. La Paz: Imprensa Oficial, 2014a.

BOLIVIA. La situación de las mujeres en Bolivia. Encuesta nacional de discriminación y exclusión social. La Paz: Coordinadora de la Mujer, OXFAM, 2014b.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 13. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. La poscolonialidad explicada a los niños. Cauca: Editorial Universidad de Cauca, 2005.

CHÁVEZ, Patricia; MOKRANI, Dunia. “Los movimientos sociales en la Asamblea Constituyente Hacia la reconfiguración de la política”. In: SVAMPA, Maristella (Org.). Bolivia: memoria, insurgencia y movimientos sociales. Buenos Aires: Clasco, 2007.

CHIRAPAQ. Violencias y Mujeres Indígenas: Documento preparado para la CSW57. Lima: ECMIA, 2013.

CLAVERO, Bartolomé. “Bolivia entre constitucionalismo colonial y constitucionalismo emancipatório”. In: VARGAS, Idón Moisés Chivi (Coord.) Bolivia: nueva constitución política del Estado. La Paz: Gaceta Oficial de Bolivia, 2010. p. 2-11.

CRESPO, Elena. Feminicidio en comunidades rurales de Bolivia. La Paz: RED-ADA, 2007.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

DUSSEL, Enrique. “Europa, modernidad y eurocentrismo”. In: LANDER, Edgardo (Coord.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2000. p. 24-33.

DUSSEL, Enrique. 1942 El encubrimiento del Otro. Hacia el origen del “Mito de la Modernidad”. La Paz: Plural Editores, 1994.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. Vol. I: a vontade de Saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985.

GARGARELLA, Roberto; COURTIS, Christian. “El nuevo constitucionalismo latino-americano: promesas y interrogantes”. CEPAL, Santiago, n. 153, p. 1-44, novembro 2009.

HABERMAS, Jürgen. Teoria de la acción comunicativa I. Tradução de Manuel Jimenez Redondo. Madrid: Editora Taurus, 1987.

HESPANHA, Antonio Manuel. Imbecilitas: as bem-aventuranças da inferioridade nas sociedades do antigo regime. Belo Horizonte: EDUFMG, 2008.

LÉVINAS, Emmanuel. Totalidade e infinito. Tradução de José Pinto Ribeiro. Lisboa: Edições 70, 1988.

LUGONES, María. “Colonialidad y gênero”. Tabula Rasa, Bogotá, n. 9, p. 73-101, julio-diciembre 2008.

LUGONES, María. “Heterosexualism and the colonial/modern gender system”. Hypatia, n. 22, p. 186-209, dezembro 2007.

LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.22, n. 3, p. 935-952, setembro-dezembro 2014.

MAMANI, Juan Ramos. “Nuevo constitucionalismo social comunitário desde América Latina”. In: BOLZAN DE MORAIS, José Luiz; MAGALHÃES BARROS, Flaviane de (Org.). Novo constitucionalismo latino-americano: o debate sobre novos sistemas de justiça, ativismo judicial e formação de juízes. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2014. p. 2-17.

MARTÍNEZ DALMAU, Rubén; VICIANO PASTOR, Roberto. “Los procesos constituyentes latinoamericanos y el nuevo paradigma constitucional”. Revista del Instituto de Ciencias Juridicas de Puebla, Puebla, n. 25, p. 7-29, 2010.

MATOS, Marlise. “Movimento e teoria feminista: é possível reconstruir a teoria feminista a partir do Sul Global?” Revista Sociologia Política, Curitiba, v. 18, n. 36, p. 67-92, junho 2010.

MEDICI, Alejandro. “Nuevo constitucionalismo latinoamericano y giro decolonial: Seis proposiciones para comprenderlo desde un pensamiento situado y crítico”. Revista El Outro Derecho, n. 48, p. 19-61, 2013.

MELLO, Adriana Ramos. “Feminicídio: Uma Análise Sociojurídica do Fenômeno no Brasil”. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p. 140-167, janeiro-março 2016.

MIGNOLO, Walter. “El Pensamiento descolonial: desprendimiento y apertura”. In: GROSFÓGUEL, Ramón; CASTRO-GÓMEZ, Santiago (Org.). El Giro descolonial – Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Pontifícia Universidad Javeriana, 2007. p. 25-47.

MOUFFE, Chantal. “Feminismo, ciudadanía y política democrática radical”. Debate Feminista, p. 3-22, 1993.

PATEMAN, Carole. El contrato sexual. Tradução de Luisa Femenías. México: Universidad Autónoma Metropolitana – Iztapalapa, 1995.

PEDRO, Joana Maria. “Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica”. História [online], São Paulo, v. 24, n. 1, p. 77-98, 2005. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742005000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.

QUADROS DE MAGALHÃES, José Luiz. “Pluralismo epistemológico e modernidade”. In: QUADROS DE MAGALHÃES, José Luiz (Org.). Direito à diversidade e o Estado Plurinacional. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2012. p. 119-136.

QUIJANO, Aníbal. “Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina”. In: QUIJANO, Aníbal. La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000. p. 107-130.

SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução de Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

SALAZAR UGARTE, Pedro. “El nuevo constitucionalismo latino-americano: una perspectiva crítica”. In: VALADÉS, Diego; PÉREZ, Luis González R. (Orgs.). El constitucionalismo contemporáneo. México: EDUnam, 2013. p. 345-385.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Refundación del Estado en América Latina: perspectivas desde una epistemología del Sur. Lima: Instituto Internacional de Derecho y Sociedad, 2010.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Pluralismo Epistemológico. La Paz: Muela del Diablo Editores, 2009.

SANTOS, Boaventura de Sousa. “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes”. Novos Estudos Cebrap, n. 79, p. 71-94, novembro 2007.

SEGATO, Rita Laura. “El sexo y la norma: frente estatal, patriarcado, desposesión, colonialidad”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 2, p. 593-616, maio-agosto 2014.

SEGATO, Rita Laura. “Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial”. E-cadernos CES [online], n. 18, 2012. Disponível em https://journals.openedition.org/eces/1533. DOI: 10.4000/eces.1533. Acesso em 17/04/2018.

SEGATO, Rita Laura. “Território, soberania e crimes de segundo estado: a escritura nos corpos das mulheres de Ciudad Juarez”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 13, n. 2, p. 265-285, maio/agosto 2005.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: EDUFMG, 2010.

SVAMPA, Maristella. Debates Latinoamericanos: Indianismo, desarrollo, dependencia, populismo. Buenos Aires: Edhasa, 2016.

TAPIA, Luis. “Una reflexión sobre la idea de estado plurinacional”. OSAL, Buenos Aires, Clacso, n. 22, p. 47-63, 2007.

WALLERSTEIN, Immanuel. O universalismo europeu: a retórica do poder. Tradução de Beatriz Medina. São Paulo: Boitempo, 2007.

YRIGOYEN FAJADO, Raquel. “El horizonte del constitucionalismo pluralista: del multiculturalismo a la decolonización”. In: GARAVITO, César Rodríguez (Coord.). El Derecho en América Latina: un mapa para el pensamiento jurídico del siglo XXI. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2011. p. 139-154.

Downloads

Publicado

2019-12-20

Como Citar

Silva, D. B. e, & Vieira, J. R. (2019). Gênero e constitucionalismo: sobre a Lei de proteção às mulheres do Estado Plurinacional da Bolívia. Revista Estudos Feministas, 27(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n358059

Edição

Seção

Artigos