Mulher moçambicana: cultura, tradição e questões de género na feminização do HIV/SIDA
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n168328Resumen
Este texto reflecte sobre as experiências quotidianas vividas por 20 mulheres pobres e infectadas pelo vírus do HIV residentes na cidade de Maputo. Procura entender como elas estruturam o seu quotidiano no contexto das relações sociais que estabelecem. Coloca em comunicação questões de género e outras questões socioculturais e de tradição específicas em contacto com o campo da saúde. Estas mulheres experimentam um quotidiano marcado por obstáculos, desafios e enfrentamentos como parte da face feminizada do HIV e SIDA. Elas lidam com diferentes manifestações de vulnerabilidade antes e pós-infeção, onde as relações de género e as práticas culturais e tradicionais contribuem para a feminização do cenário da seroprevalência. As questões de género, as práticas culturais e tradicionais não as tornam diferentes de outras mulheres, mas o estado serológico torna tudo mais esforçado no quotidiano das mesmas. Essas questões influenciam no processo de infecção e de experiência com e da doença.Descargas
Citas
ARNFRED, Signe. Sexuality & gender politics in Mozambique: Rethinking gender in Africa. Woodbridge: James Currey, 2011.
ARTHUR, Maria José. “O casamento prematuro como violação dos direitos humanos: um exemplo que vem de Gorongosa”. Outras Vozes, Maputo, n. 31-32, ago./nov. 2010. Disponível em http://www.wlsa.org.mz/artigo/o-casamento-prematuro-como-violacao-dos-direitos-humanos-umexemplo- que-vem-da-gorongosa/. Acesso em 27/06/2019.
BARBOSA, Regina. “AIDS e saúde reprodutiva: novos desafios”. In: GIFFIN, Karen; COSTA, Sara (Orgs.). Questões da saúde reprodutiva. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1999. p. 281-296.
BARROSO, Léa; CARVALHO, Carolina; GALVÃO, Marli. “Mulheres com HIV/AIDS: subsídios para a prática de enfermagem”. Rev. RENE, Fortaleza, v. 7, n. 2, p. 67-73, maio/ago. 2006.
BAUER, Martin W. “Análise de conteúdo clássica: uma revisão”. In: BAUER, Martin W.; GASKEL, George (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 189-217.
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado da sociologia do conhecimento. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
BERGH-COLLIER, Edda Van den. Um perfil das relações de gênero. Edição atualizada de 2006: Para a igualdade de gênero em Moçambique. Estocolmo: Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (ASDI), 2007.
BORIS, Elieen. “Produção e reprodução, casa e trabalho”. Tempo Social, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 101-121, jun. 2014.
BOTTI, Maria Luciana et al. “Conflitos e sentimentos de mulheres portadoras de HIV/AIDS: Um estudo bibliográfico”. Rev. Esc. Enferm., São Paulo, USP, v. 43, n. 1, p. 79-86, jan. 2009.
CASIMIRO, Isabel Maria. Paz na terra, guerra em casa: feminismo e organizações de mulheres em Moçambique. Maputo: Promédia, 2004.
CASIMIRO, Isabel Maria. “Samora Machel e as relações de gênero”. Estudos Moçambicanos, Maputo, n. 21, p. 55-84, set. 2005.
CRUZ E SILVA, Teresa et al. Representações práticas da sexualidade entre jovens e a feminização do SIDA em Moçambique: estudos de caso no Centro e Sul do país. Maputo: WLSA Moçambique, 2007.
FNUAP. FUNDAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A POPULAÇÃO. Igualdade de gênero e empoderamento da mulher em Moçambique. Maputo: FNUAP Moçambique, 2006.
GALVÃO, Elaine F. Mulheres na luta pela saúde: trajetórias de lideranças comunitárias na cidade de Londrina – PR. 2010. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais), Centro de Letras e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Londrina, Paraná, PR, Brasil.
GASKEL, George. “Entrevistas individuais e grupais”. In: BAUER, Martin W.; GASKEL, George (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 64-89.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. “Novas configurações da divisão sexual do trabalho”. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 132, p. 595-609, set./dez. 2007.
KULA. Plano nacional de acção multissectorial sobre gênero e HIV e SIDA 2010-2015. Maputo: Kula, 2009.
LOFORTE, Ana Maria. Género e Poder entre os Tsongas de Moçambique. Lisboa: Ela por Ela, 2003.
LOFORTE, Ana Maria. “Mulheres e cuidados domiciliários num contexto de HIV e SIDA”. Outras Vozes, Maputo, n. 35-36, p. 1-9, ago./nov. 2011.
MEILLASSOUX, Claude. Mulheres, celeiros & capitais. Porto: Afrontamento, 1976.
MONTEIRO, Ana Piedade A. HIV/AIDS prevention intervention in Mozambique as conflict of cultures: The casa of Dondo and Maringue in Sofala province. 2011. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Antropologia Social), Faculdade de Ciências Humanas, Universidade de Witwatersrand, Johanesburgo, África do Sul.
MYERS, Greg. “Análise da conversação e da fala”. In: BAUER, Martin W.; GASKEL, George (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 271-291.
NAMBURETE, Eduardo. SADC gender protocol barometer baseline study, Mozambique. Johannesburg: Gender Links, 2009.
OSÓRIO, Conceição. “Algumas reflexões sobre a abordagem de gênero nas políticas públicas sobre o HIV/SIDA”. Outras Vozes, Maputo, n. 6, p. 1-4, fev. 2004.
PASSADOR, Luís. “As mulheres são más: pessoa, gênero e doença no sul de Moçambique”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 35, p. 177-210, jul.-dez. 2010.
PAULILO, Maria Ignez. “O peso do trabalho leve”. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 64-70, jan./fev. 1987.
PNUD. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do desenvolvimento humano 2013. A Ascenção do Sul: progresso humano num mundo diversificado. Washington: PNUD, 2013.
QUIVE, Samuel; ZANDAMELA, Graça S.; CABRAL, Ana K. Gênero e desenvolvimento: Uma perspectiva sociológica com enfoque nos sectores de educação e saúde. Maputo: Grupo Moçambicano da Dívida, 2004.
SANTANA, Jacimara. “Mulheres de Moçambique na revista Tempo: o debate sobre o lobolo (casamento)”. Revista de História, Salvador, v. 1, n. 2, p. 82-98, 2009.
SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez.1995.
TVEDTEN, Inge. Mozambique country case study: Gender equality and Development. [S. l.]: World Bank, 2011.
UNITED NATIONS PROGRAMME ON HIV/AIDS. The GAP report. Geneva: UNAIDS, 2014.
WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Gender and Health, 2014. Disponível em http://www.euro.who.int/en/health-topics/health-determinants/gender/gender. Acesso em 08/11/2014.
ZAMPARONI, Valdemir D. Entres narros e mulungos: Colonialismo e paisagem social em Lourenço Marques c. 1890-c. 1940. 1998. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
La Revista Estudos Feministas está bajo licencia de la Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con los debidos créditos de autoría y publicación inicial en este periódico.
La licencia permite:
Compartir (copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato) y/o adaptar (remezclar, transformar y crear a partir del material) para cualquier propósito, incluso comercial.
El licenciante no puede revocar estos derechos siempre que se cumplan los términos de la licencia. Los términos son los siguientes:
Atribución - se debe otorgar el crédito correspondiente, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Esto se puede hacer de varias formas sin embargo sin implicar que el licenciador (o el licenciante) haya aprobado dicho uso.
Sin restricciones adicionales - no se puede aplicar términos legales o medidas de naturaleza tecnológica que restrinjan legalmente a otros de hacer algo que la licencia permita.


