Mulheres e nudez no movimento naturista brasileiro nos anos de 1950

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n370179

Resumo

Neste artigo analisamos representações sobre as mulheres na história do movimento nudo-naturista no Brasil, tomando como fontes revistas naturistas produzidas na década de 1950. É evidenciada a grande atenção dada pelos proponentes do movimento às mulheres no que se refere a três aspectos: a) a propagação dos benefícios do nudismo às mulheres; b) a avaliação sobre o que pensavam ser a natureza das mulheres; e c) a consideração da beleza corporal feminina no nudismo. Concluímos que as representações nudistas impactaram no processo de manutenção e mudança em relação à mulher durante as primeiras décadas do século XX no contexto brasileiro, divulgando outros modos de expor e ver o corpo feminino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Herold Junior, Universidade Estadual de Maringá

Doutor em Educação, UFPR, 2006.

Bruna Solera, Universidade Estadual de Maringá

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UEL.

Eliane Regina Crestani Tortola, Universidade Federal de Pelotas

Doutora em Educação Física, UEM/UEL, 2018.

Andre Dalben, Universidade Federal Paulista

Doutor em Educação, Unicamp, 2014

Larissa Michelle Lara, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Educação, Unicamp, 2004.

Referências

ANDRIEU, Bernard; NOBREGA, Terezinha Petrucia. “O Naturismo como ecologia do corpo: um exemplo vivido na Praia de Tambaba, Paraíba, Brasil”. Licere, Belo Horizonte, v. 19, p. 34-59, 2016. Disponível em https://seer.ufmg.br/index.php/licere/article/view/3911. Acesso em 04/11/2017.

AZEVEDO, Fernando de. Da educação física. 3. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.

BARCAN, Ruth. “‘Regaining what mankind has lost through civilisation’: early nudism and ambivalent moderns”. Fashion theory, v. 8, n. 1, p. 63-82, 2004. DOI: 10.2752/136270404778051870.

BARCAN, Ruth. “‘The Moral Bath of Bodily Unconsciousness’: Female nudism, bodily exposure and the gaze”. Continuum, v. 15, n. 3, p. 303-317, 2001. DOI: 10.1080/10304310120086795.

BAUBÉROT, Arnaud. Histoire du naturisme: le mythe du retour à la nature. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2004.

BESSE, Susan K. Modernizando a desigualdade: reestruturação da ideologia de gênero no Brasil (1914-1940). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

BUITONI, Dulcília Schroeder. Imprensa feminina. São Paulo: Editora Ática, 1986.

BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru: EDUSC, 2004.

DALBEN, André. “Artes de curar: embates históricos entre as terapias naturais e os tratamentos alopáticos”. In: BARROS, Renata Chrystina Bianchi de; MASINI, Lucia (Orgs.). Sociedade e Medicalização. Campinas: Pontes, 2015. p. 81-94.

GOELLNER, Silvana Vilodre. “As mulheres fortes são aquelas que fazem uma raça forte: esporte, eugenia e nacionalismo no Brasil do início do século XX”. Recorde: Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 1, p. 01-28, jun. 2008. Disponível em http://www.sport.ifcs.ufrj.br/recorde/pdf/recordeV1N1_2008_15.pdf. Acesso em 24/10/2016.

GOELLNER, Silvana Vilodre. “As práticas corporais e esportivas e a produção de corpos generificados”. In: SOARES, Guiomar Freitas; SILVA, Méri Rosane Santos da; RIBEIRO, Paula Regina Costa (Orgs.). Problematizando as práticas educativas e culturais: corpo, gênero e sexualidade. Porto Alegre: Editora da FURG, 2006. p. 32-37.

GOELLNER, Silvana Vilodre. Bela, maternal e feminina: imagens da mulher na revista Educação Physica. Ijuí: Unijuí, 2003.

GOELLNER, Silvana Vilodre. “Feminismos, mulheres e esportes: questões epistemológicas sobre o fazer historiográfico”. Movimento (UFRGS), Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 171-196, maio/ago. 2007. Disponível em http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/3554/1953. Acesso em 24/10/2016.

GOELLNER, Silvana Vilodre; FRAGA, Alex Branco. “A inominável Sandwina e as obreiras da vida: silêncios e incentivos nas obras inaugurais de Fernando de Azevedo”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 2, p. 71-84, jan. 2004. Disponível em http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/227. Acesso em 25/11/2019.

HADDAD, Naief. “Os 50 anos a morte de Luz Del Fuego, a vedete vanguardista”. Folha de S. Paulo, São Paulo, Ilustríssima, 19/03/2017. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/03/1867438-os-50-anos-da-morte-de-luz-del-fuego-a-vedete-vanguardista.shtml. Acesso em 04/11/2017.

HARP, Stephen L. Au Naturel: naturism, nudism, and tourism in twentieth-century. France. Louisiana: Louisiana State University Press, 2014. E-book.

HAU, Michael. The cult of health and beauty in Germany: a social history (1890-1930). Chicago: Chicago University Press, 2003.

HERMAN, Arthur. A ideia de decadência na história ocidental. Rio de Janeiro: Editora Record, 1999.

HEROLD JUNIOR, Carlos et al.. “O corpo a partir do movimento nudista: Rio de Janeiro na década de 1950”. Movimento (UFRGS), Porto Alegre, v. 24, n. 1, p. 49-64, jan./mar. 2018. Disponível em https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/65075/47793. Acesso em 25/11/2019.

JENSEN, Erik N. Body by Weimar: athletes, gender and German modernity. New York: Oxford University Press, 2013.

JUNIOR, Gonçalo. Pelada ficava sua vó. Trip, Rio de Janeiro, n. 184, dez. 2009. Disponível em https://revistatrip.uol.com.br/trip/pelada-ficava-a-sua-vo. Acesso em 09/01/2019.

LEITE, Míriam Lifchtiz Moreira. “Texto visual e texto verbal”. In: LEITE, Míriam Lifchtiz Moreira; FELDMAN-BIANCO, Bela (Orgs.). Desafios da imagem: fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas: Papirus, 1998. p. 37-50.

NATURISMO: Revista de Gimnosofia. n. 15, 1954.

NUDISMO E BELEZA. São Paulo, ano I, número III, 195?.

PARMELEE, Maurice. Nudism in modern life. Revised Edition. New York: Garden City Publishing Co., 1931.

PINSKY, Carla Bassanezi. Mulheres dos anos dourados. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. História da beleza no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

SAÚDE E NUDISMO: Alma sã num corpo são. Ano II, n. 13, 1953.

SAÚDE E NUDISMO: Alma sã num corpo são. Ano I, n.4, 1952a.

SAÚDE E NUDISMO: Alma sã num corpo são. Ano I, n. 6, 1952b.

SEVCENKO, Nicolau. “A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do rio”. In: SEVCENKO, Nicolau (Org.). História da vida privada no Brasil: República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 514-618.

SOARES, Carmen Lúcia. “Três notas sobre natureza, educação do corpo e ordem urbana (1900-1940)”. In: SOARES, Carmen Lúcia (Org.). Uma educação pela natureza: a vida ao ar livre, o corpo e a ordem urbana. Campinas: Autores Associados, 2016. p. 09-46.

SOARES, Carmen Lúcia. “Educação do corpo”. In: GONZÁLES, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo (Orgs.). Dicionário Crítico de Educação Física. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2014. p. 219-225.

VIGARELLO, Georges. História da beleza: o corpo e a arte de se embelezar, do Renascimento aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

VILLARET, Sylvain. Naturisme et éducation corporelle: des projets réformistes aux rises en compte politiques et éducatives (XIXe - milieu du XXe siècles). Paris: L'Harmattan, 2005.

Downloads

Publicado

2021-12-10

Como Citar

Herold Junior, C., Solera, B., Tortola, E. R. C., Dalben, A., & Lara, L. M. (2021). Mulheres e nudez no movimento naturista brasileiro nos anos de 1950. Revista Estudos Feministas, 29(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n370179

Edição

Seção

Artigos