Mulheres e jornalismo esportivo: possibilidades e limitações em um campo masculino
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n61002Resumo
Este artigo tem como objetivo abordar as possibilidades e limitações de inserção, permanência e sucesso de mulheres no jornalismo esportivo. A coleta de dados foi realizada através da metodologia qualitativa e está alicerçada nas técnicas de pesquisa observação participante e entrevistas semiestruturadas que foram realizadas com 38 jornalistas que trabalham ou trabalharam em Belo Horizonte. Este texto, fundamentado teoricamente em autores e autoras que se vinculam às perspectivas feministas em suas abordagens sobre esporte e mídia, evidencia o perfil, a trajetória profissional, os espaços ocupados, os constrangimentos e as estratégias utilizadas por essas mulheres para transitar nesse campo majoritariamente masculino.
Downloads
Referências
ACKER, Joan. “From glass ceiling to inequality regimes”. Sociologie du Travail, 51, p. 199-217, 2009.
ADELMAN, Miriam. “Mulheres atletas: re-significações da corporalidade feminina”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 2, n. 11, p. 445-465, jul./dez. 2003.
ALMEIDA, Miguel Vale de. Senhores de si: uma interpretação antropológica da masculinidade. Lisboa: Fim de Século, 1995.
ANDRADE, Silvana. Eu sou uma pessoa de tremendo sucesso: representações, identidades e trajetórias de mulheres executivas no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad/FAPERJ, 2014.
ARTIGO 19. Gênero e mídia: um olhar de gênero para o ambiente de mídia brasileiro. São Paulo, Artigo 19/UNESCO, 2017. Disponível em https://artigo19.org/blog/2017/03/01/13860/. Acesso em 17/06/2019.
BENTO, Maria Aparecida. “A mulher negra no mercado de trabalho”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 479-488, 1995.
BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
BOURGEOIS, Normand. “Sports journalists and their source of information: a conflict of interests and its resolution”. Sociology of Sports Journal, v. 12, n. 2, p. 195-203, 1995.
BOYLE, Raymond. Sports journalism: contexts and issues. London: Sage, 2006.
BOYLE, Raymond; HAYNES, Richard. Power Play: sport, the media and popular culture. Edinburg: Edinburgh University Press Ltd., 2009.
BRUM, Adriana; CAPRARO, André Mendes. “Mulheres no jornalismo esportivo: uma ‘visão além do alcance’”. Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 4, p. 959-971, out./dez. 2015.
BRUSCHINI, Cristina. “Trabalho feminino: trajetórias de um tema, perspectivas para o futuro”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, n. 1, p. 17-32, 1994.
BRYSON, Lois. “Challenges to male hegemony in sports”. In: MESSNER, Michael; SABO, Donald (Eds.). Sport, men, and the gender order: critical feminist perspectives. London: Human Kinetics, 1990. p. 173-184.
CARNEIRO, Sueli. “Mulheres em movimento”. In: RODRIGUES, Carla; BORGES, Luciana; RAMOS, Tânia Regina Oliveira (Orgs.). Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Funarte, 2016. p. 149-168.
CHAMBERS, Deborah; STEINER, Linda; FLEMMING, Carol. Women and journalism. London: Routledge, 2004.
CONNELL, Raewyn. Gênero em termos reais. São Paulo: nVersos, 2016.
CREEDON, Pamela. “Women in toyland: a look at women in American newspaper sports journalism”. In: CREEDON, Pamela (Ed.). Women, media and sport: challenging gender values. London: Sage, 1994a. p. 67-107.
CREEDON, Pamela. “Women, media and sport: creating and reflecting gender values”. In: CREEDON, Pamela (Ed.). Women, media and sport: challenging gender values. London: Sage, 1994b. p. 3-27.
DUNNING, Eric. “O esporte como um domínio masculino: observações sobre as fontes sociais da identidade masculina e suas transformações”. In: DUNNING, Eric. Sociologia do esporte e os processos civilizatórios. São Paulo: Annablume, 2014. p. 233-254.
FERNANDES, Danubia de Andrade. “O gênero negro: apontamentos sobre gênero, feminismo e negritude”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 24, n. 3, p. 691-713, set./dez. 2016.
FIGARO, Roseli. “Jornalismos e trabalho de jornalistas: desafios para as novas gerações no século XXI”. Revista Parágrafo, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 23-37, jul./dez. 2014. Disponível em http://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/article/view/231. Acesso em 17/06/2019.
FIGARO, Roseli; NONATO, Claudia. “Novos ‘arranjos econômicos’ alternativos para a produção jornalística”. Contemporânea: Revista de Comunicação e Cultura, Salvador, v. 15, n. 1, p. 47-63, jan./abr. 2017. Disponível em https://portalseer.ufba.br/index.php/contemporaneaposcom/issue/view/1510. Acesso em 17/06/2019.
GIULIANOTTI, Richard. Sociologia do futebol: dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões. São Paulo: Nova Alexandria, 2002.
GOELLNER, Silvana. “Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades”. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 143-151, abr./jun. 2005.
GRIFFIN, Pat. “Changing the game: homophobia, sexism and lesbians in sport”. In: SCRATON, Sheila; FLINTOFF, Anne (Eds.). Gender and sport: a reader. London: Routledge, 2002. p. 193-208.
HALL, Ann. “How should we theorize gender in the context of sport?” In: MESSNER, Michael; SABO, Donald (Eds.). Sport, men, and the gender order: critical feminist perspectives. London: Human Kinetics, 1990. p. 223-240.
HARGREAVES, Jennifer. Sporting females: critical issues in the history and sociology of women’s sports. London: Routledge, 1994.
HERSCOVITZ, Heloiza Golbspan. “Jornalistas de São Paulo: quem são e o que pensam em comparação aos jornalistas americanos e franceses”. Revista Brasileira da Ciência da Comunicação, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 65-86, jul./dez. 2000. Disponível em http://www.portcom.intercom.org.br/revistas/index.php/revistaintercom/issue/view/34/showToc. Acesso em 08/07/2019.
HIRATA, Helena. “Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais”. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 61-73, jun. 2014.
JORGE, Thais de Mendonça; ADGHIRNI, Zélia Leal. “Brazil: need for national debate on women in journalism”. In: BYERLY, Carolin (Ed.). The Palgrave international handbook of women and journalism. New York: Palgrave Macmillan, 2013. p. 211-225.
KIDD, Bruce. “The men’s cultural centre: sports and the dynamic of women’s oppression/men’s repression”. In: MESSNER, Michael; SABO, Donald (Eds.). Sport, men, and the gender order: critical feminist perspectives. London: Human Kinetics, 1990. p. 31-44.
LOBO, Elisabeth Souza. “O trabalho como linguagem: o gênero no trabalho”. BIB, Rio de Janeiro, n. 31, p. 7-16, 1991.
MACKINNON, Catharine. “On exceptionality: women as women in law”. In: MACKINNON, Catharine (Ed.). Feminism unmodified: discourses on life and law. Cambridge: Harvard University Press, 1987. p. 70-80.
MAZOTTE, Natália; TOSTE, Mônica (Coords.). Mulheres no jornalismo brasileiro. São Paulo: ABRAJI/Gênero e Número, 2017. Disponível em https://www.mulheresnojornalismo.org.br/12901_GN_relatorioV4.pdf. Acesso em 17/06/2019.
MILLER, Phyllis; MILLER, Randy. “The invisible woman: female sports journalist in the workplace”. J&MC Quartely, Columbia, v. 72, n. 4, p. 883-889, 1995.
MOORE, Henrietta L. “Fantasias de poder e fantasias de identidade: gênero, raça e violência”. Cadernos Pagu, Campinas, v. 14, p. 13-44, 2000.
NEVES, Magda de Almeida. “Anotações sobre trabalho e gênero”. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, Fundação Carlos Chagas, v. 43, n. 149, p. 404-421, 2013.
NEVEU, Érik. Sociologia do jornalismo. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
RIAL, Carmen. “Ainda um ‘ponga un exótico’ ou uma mudança efetiva? Participação das mulheres na mídia brasileira na Copa”. Cuadernos del Mundial, n. 2, p. 2-3, CLACSO, jun. 2014. Disponível em https://clacso.org.ar/cuadernosdelmundial/. Acesso em 19/01/2018.
ROSS, Karen. “Women at work: journalism as en-gendered practice”. Journalism Studies, London, v. 2, n. 4, p 531-544, 2001. Disponível em http://dx.doi.org/10.1080/14616700120086404. Acesso em 08/01/ 2018.
SILVA, Marcia Veiga da. Masculino, o gênero do jornalismo: um estudo sobre modos de produção das notícias. 2010. Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação, Biblioteconomia e Comunicação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
THEBERGE, Nancy. “Toward a feminist alternative to sport as a male preserve”. In: BIRREL, Susan; COLE, Cheryl (Eds.). Women, sport and culture. London: Human Kinetics, 1994. p. 181-192.
THEBERGE, Nancy; CRONK, Alan. “Work routines in newspaper sports departments and coverage of women’s sports”. In: BIRREL, Susan; COLE, Cheryl (Eds.). Women, sport and culture. London: Human Kinetics, 1994. p. 289-299.
VAN ZOONEN, Liesbet. “One of the girls? The changing gender of journalism”. In: CARTER, Cynthia; BRANSTON, Gill; ALLAN, Stuart (Eds.). News, gender and power. London: Routledge, 1998. p. 33-46.
VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma Antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
WHANNEL, Garry. “Sport and the media”. In: COAKLEY, Jay; DUNNING, Eric (Eds.). Handbook of sports studies. London: Sage, 2006. p. 291-380.
WILLIS, Paul. “Women in sport in ideology”. In: BIRREL, Susan; COLE, Cheryl (Eds.). Women, sport, and culture. London: Human Kinetics, 1994. p. 31-46.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista Estudos Feministas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.