Entre denominações geracionais: o que as narrativas acadêmicas nos ensinam sobre crianças e jovens digitais

Autores

  • Sandro Faccin Bortolazzo Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre/RS

DOI:

https://doi.org/10.5007/2178-4582.2017v51n1p108

Resumo

A partir da intensa relação de crianças e jovens com artefatos digitais (tablets, smartphones, entre outros), este artigo – inscrito sob o referencial teórico dos Estudos Culturais em Educação – tem por objetivo expor algumas interlocuções entre tecnologias e educação, tendo como subsídio a emergência de diversas denominações geracionais. O estudo comtemplou três movimentações: apresentação de um panorama sobre o conceito de geração; o mapeamento das narrativas acadêmicas; uma análise de como tais narrativas estão implicadas em produzir um tipo de geração e de educação ao estilo “digital”. O aporte teórico se apoia em autores como Feixa e Leccardi, Tapscott, Prensky, Carr e Buckingham. As narrativas sinalizam os benefícios e perigos da imersão tecnológica, o que vem permeando igualmente a convocação ao uso dos aparatos tecnológicos nos espaços escolares.

Biografia do Autor

Sandro Faccin Bortolazzo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre/RS

Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo pela PUCRS. Mestre em Educação pela ULBRA na linha de pesquisa Estudos Culturais em Educação. Doutor em Educação pela UFRGS na mesma linha de pesquisa. Interesses de pesquisa abrangem novas tecnologias de informação e comunicação, geração digital, cultura digital, juventude e consumo. É integrante do Núcleo de Estudos sobre Currículo, Cultura e Sociedade (NECCSO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente trabalha com gestão de clientes da América do Norte e Latina para produtos Cloud na empresa alemã SAP, focada no ramo de tecnologia da informação.

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Publicado

2017-11-16

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Artigos