A radicalização das desigualdades de classe e a produção da violência
DOI:
https://doi.org/10.5007/%25xAbstract
0 problema de violência hoje, tal como é amplamente enfocado pelos meios de comunicação, acentua a questão dos crimes contra a vida, a integridade pessoal e os delitos contra a propriedade. Sem subestimar estas ocorrências, lembramos que muito maior tem sido a violência entranhada na própria forma como a sociedade está estruturada. É esta uma violência inscrita na história de nosso povo, pela exclusão de sua participação política, e pela espoliação econômica e social a que está submetido desde tempos imemoriais. Maximizar a relevância de comportamentos violentos individuais de amplos contingentes de excluídos e desesperados, serve a dois fins que interessam aos setores poderosos e privilegiados da sociedade: a) justifica o incremento do controle social, agigantando o aparelho de repressão, e, b) mascara e escamoteia a verdadeira e mais grave violência, a saber, a permanência de estruturas sociais iníquas, responsáveis pela marginalização e degradação social e individual da maioria do povo brasileiro, que vivencia uma situação dramática de insuficiência econômica e social. Não há como deixar de reconhecer que a violência oprime em particular os pobres: pelo desemprego, privação de saúde, educação, habitação, enfim, por todas as carências que compõem o substrato real de suas vidas. Eliminar a violência das relações sociais significa (implica) promover alterações nas estruturas sociais e políticas que asseguram a manutenção de uma ordem de privilégios escandalosos; não se trata, pois, de penalizar com os rigores de uma legislação discutível os já excluídos e deserdados da convivência social, mas, fundamentalmente de transformar a ordem estabelecida, que é uma ordem violenta.Downloads
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