Deborah Britzman e a educação sexual: entre a pedagogia queer e a psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2018.e56716Resumen
Ao articular os estudos queer com a psicanálise e com a educação, encontramos a teoria de Deborah Britzman na construção de uma educação sexual que não esteja associada com a previsibilidade e com a estabilidade. Para compreender a pedagogia queer como um campo pedagógico que subverte o discurso ideal da educação, apresentamos os estudos queer e seus pressupostos epistemológicos. Coloca-se em xeque a estabilidade das identidades e dos saberes, através da recusa intencional da identidade normalizada que produz anormalidades. Questiona-se o porquê e o quê ensinar, as “normalidades inquestionáveis” que estão associadas aos conteúdos, métodos, hierarquias e identidades escolares. A proposta pedagógica de Britzman apostará na arte, na literatura, nos jogos, nos filmes, nas brincadeiras, nos depoimentos em primeira pessoa, nas músicas e nas conversas livres e não-hierárquicas. Sugere-se que esta pode ser uma metodologia profícua para o a superação das resistências à criatividade e à educação sexual.
Citas
BENTO, B. O que é transexualidade. São Paulo: Brasiliense, (2008).
BENTO, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos Feministas, 19(2), (2011). p. 549-559.
BRITZMAN, D. P. Is there a queer pedagogy? Or, stop reading straight. Educational theory, 45(2), (1995). p. 151-165. Recuperado em 25 de setembro, 2015 de: https://www.academia.edu/22058440
BRITZMAN, D. P. O que é esta coisa chamada amor?: identidade homossexual, educação e currículo. Educação & Realidade, 21(1), (1995/1996), p. 71-96.
BRITZMAN, D. P. Lost subjects, contested objects: Toward a psychoanalytic inquiry of learning. New York: Suny Press, (1998).
BRITZMAN, D. P. Novel Education: Psychoanalytic studies of learning and not learning (Vol. 300). New York: Peter Lang Publishing, (2006).
BRYSON, M.;CASTELL, S de. Queer pedagogy: Praxis makes im/perfect. Canadian Journal of Education/Revue canadienne de l'éducation, (1993), p. 285-305.
BUTLER, J. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós, 2002.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
COSTA, J. F. A face e o verso: Estudos sobre o homoerotismo II. São Paulo: Escuta, 1995.
DERRIDA, J. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 1973.
DICIONÁRIO Oxford Advanced Learner’s Dictionary. Oxford University Press. Oxford. 2010.
FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber (22ª impressão). Rio de Janeiro: Graal, 2012.
FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. Em: Dreyfus, H. & Rabinow, P. (eds.) Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.
FREUD, S. A psicologia dos processos oníricos, 1900. In: FREUD, S. A interpretação de sonhos – continuação. Rio de Janeiro: Imago, 2006. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, 5).
FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, 1905. In: FREUD, S. Um caso de histeria e três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago, 2006. (Edição standard
brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 7).
FREUD, S. Análise terminável e interminável, 1937 [1934-38]. In: FREUD, S. Moisés e o monoteísmo três ensaios. Rio de Janeiro: Imago 2006. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 23)
FUSS, D. Essentially Speaking. New York: Routledge, 1989.
HALPERIN, D. M. Saint Foucault: A Gay Hagiography. New York: Oxford University Press, 1995.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.
LOURO, G. L. Teoria Queer: Uma Política Pós-Identitária para a Educação. Revista Estudos Feministas, 9(2) Florianópolis: IFCH, 2001.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
LUHMANN, S. Queering/querying pedagogy? Or, pedagogy is a pretty queer thing. Em: Pinar, W. F. (org) Queer theory in education, 1998, p.141-155.
MILLOT, C. Freud antipedagogo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
MISKOLCI, R.. A Teoria Queer e a Questão das Diferenças: por uma analítica da normalização. In: Congresso de leitura do Brasil, vol. 16, 2007, p. 1-19.
MISKOLCI, R. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, 11(21), 2009.
MISKOLCI, R. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
OCHOA, M. “Ciudadanía perversa: divas, marginación y participación en la ‘localización’”. En Daniel Mato (coord.), Políticas de ciudadanía y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES, Universidad Central de Venezuela, 2004. p. 239-256.
PELÚCIO, L. Traduções e torções ou o que se quer dizer quando dizemos queer no Brasil? Revista Periódicus, 1(1), 2014, p. 68-91.
PINAR, W. F. Introduction. Em: PINAR, W. F. (Org.) Queer theory in education, New York: Routledge, 1998.
PORCHAT, P. Psicanálise e transexualismo: desconstruindo gêneros e patologias com Judith Butler. Curitiba: Juruá, 2014.
SEDGWICK, E. K. Between Men: English Literature and Male Homosocial Desire. New York: Columbia University Press, 1985.
SEDGWICK, E. K. Epistemology of the Closet. The lesbian and gay studies reader, 45, 1990.
SEDGWICK, E. K. Queer and Now. Em: SEDGWICK, E. K. Tendencies. London: Routledge, 1994.
SEIDMAN, S. Identity and Politics in a Postmodern Gay Culture: Some Historical and Conceptual Notes Em: Warner, M. (Ed.) Fear of a Queer Planet: Queer Politics and Social Theory, 1993.
SEIDMAN, S. Queer Theory/Sociology. Malden: Blackwell, 1996.
SILVA, T. T. da. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T. da (org.) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 73-102.
SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. ed. 3. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
SPARGO, T. Foucault e a teoria queer (1999). Rio de Janeiro: Pazulin, 2006.
WARNER, M. Fear of a Queer Planet: queer politics and social theory. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1993.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação na Revista de Ciências Humanas - UFSC, que terá a exclusividade de publicá-los em primeira mão. O autor continuará, não obstante, a deter os direitos autorais para publicações posteriores. No caso de republicação dos artigos em outros veículos, recomenda-se a menção à primeira publicação em Revista de Ciências Humanas.
Política de Acesso Livre – A RCH é publicada sob o modelo de acesso aberto sendo, portanto, livre para qualquer pessoa ler, baixar, copiar e divulgar.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas.
Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons
.