A noção de acesso aberto e arquivo segundo o arquivo digital colaborativo do Livro do Desassossego e o arquivo digital da Po.ex - Poesia Experimental Portuguesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2024.e103249

Palavras-chave:

Humanidades digitais, Acesso aberto, Arquivo digital, Fernando Pessoa, Poesia Experimental Portuguesa

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar um estudo sobre a política de acesso aberto em Portugal tendo como base dois arquivos digitais: o Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego (Arquivo LdoD) e o Arquivo Digital da Po.Ex - Poesia Experimental Portuguesa (Po-ex.net). Ambos os arquivos disponibilizam materiais em regime de acesso aberto, surgindo como ferramentas de investigação e recursos didáticos valiosos. Paralelamente, tanto o Arquivo LdoD como o Po-ex.net extrapolam o conceito tradicional de arquivo e apelam a um uso não-convencional do seu conteúdo. No caso destes arquivos, a política de acesso aberto não surge apenas relacionada com a livre difusão de conhecimento, mas também com uma reflexão sobre o modo como a informação é armazenada, editada, difundida e recebida. Partindo de alguns documentos fundacionais para o acesso aberto, será analisada a forma como o Arquivo LdoD e o arquivo Po-ex.net fazem uso da publicação em acesso aberto para incluir os leitores num processo de autorregeneração.

Biografia do Autor

Daniela Maduro, Universidade de Coimbra

É mestre em Estudos Anglo-Americanos (Universidade de Coimbra) e em Estudos Editoriais (Universidade de Aveiro). Doutorada em Materialidades da Literatura (Universidade de Coimbra), tem colaborado com vários arquivos digitais e projetos focados no estudo da narrativa, media digitais, multimodalidade, literatura experimental e literatura electrónica. Foi bolseira de pós-doutoramento na Universidade de Bremen (Marie Skłodowska-Curie Actions), onde desenvolveu um projeto sobre literatura eletrónica. É editora da antologia Digital Media and Textuality: From Creation to Archiving (2017) e trabalha no Centro de Literatura Portuguesa (grupo Mediação Digital e Materialidades da Literatura), sediado na Universidade de Coimbra.

Referências

AUTHORS GUILD. Authors Guild V. Google. Authors Guild, 2021. Disponível em: https://www.authorsguild.org/where-we-stand/authors-guild-v-google/. Acesso em: 14 de junho de 2024.

BOAI. Read the Declaration. Budapest Open Access Initiative, 2002. Disponível em: https://www.budapestopenaccessinitiative.org/read/. Acesso em: 14 de junho de 2024.

BOAI. Ten years on from the Budapest Open Access Initiative: setting the default to open. BOAI 10. Prologue: The Budapest Open Access Initiative after 10 year. Budapest Open Access Initiative, 2012. Disponível em: https://www.budapestopenaccessinitiative.org/boai10/. Acesso em: 14 de junho de 2024.

BOAI. BOAI15 Survey Results. Budapest Open Access Initiative, 2018 Disponível em: https://osf.io/znf2w/download/. Acesso em: 30 de setembro de 2024.

COMISSÃO EUROPEIA. Progress on Open Science: Towards a Shared Research Knowledge System. Final Report of the Open Science Policy Platform. Comissão Europeia, 2020. Disponível em: https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/d36f8071-99bd-11ea-aac4-01aa75ed71a1. Acesso em: 14 de junho de 2024.

CREATIVE COMMONS. Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0). Creative Commons, 2021. Disponível em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/, 2021. Acesso em: 14 de junho de 2024.

DERRIDA, Jacques. Mal d’Archive. Une impression freudienne. Paris: Galilée, 1995.

DGLAB. Arquivos. Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, 2021. Disponível em: http://arquivos.dglab.gov.pt/. Acesso em: 14 de junho de 2024.

GUÉDON, J. Open Access: Toward the Internet of the Mind. Budapest Open Access Initiative, 2017. Disponível em https://openaccessprod.wpengine.com/wp-content/uploads/Guedon_BOAI15_FINAL.pdf. Acesso em: 14 de junho de 2024.

HARNAD, S. Scholarly Skywriting and the Prepublication Continuum of Scientific Inquiry. Psychological Science, 1(6), 342–343, 1990.

KOTOWICZ, A. Alunos sem computador são mais do que se pensa. Nas escolas públicas, quase um terço dos alunos do ensino básico não tem equipamento. Observador, 2020. Disponível em: https://observador.pt/2020/04/15/alunos-sem-computador-sao-mais-do-que-se-pensa-nas-escolas-publicas-quase-um-terco-dos-alunos-do-ensino-basico-nao-tem-equipamento/. Acesso em: 14 de junho de 2024.

LESSIG, L. Free Culture. How Big Media Uses Technology and the Law to Lock Down Culture and Control Creativity. New York: The Penguin Press, 2004.

LESSIG, L. REMIX. Making Art and Commerce Thrive in the Hybrid Economy. London: Bloomsbury, 2008.

MADURO, D. C. Ser a página de um livro: Bernardo Soares como personagem e livro. Revista de Estudos Literários, 5, 491–527, 2015. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/4308/3686. Acesso em: 14 de junho de 2024.

MAX PLANCK SOCIETY. Berlin Declaration on Open Access to Knowledge in the Sciences and Humanities. Max Planck Society, 2003. Disponível em: https://openaccess.mpg.de/Berlin-Declaration. Acesso em: 14 de junho de 2024.

MCTES. Ciência Aberta. Conhecimento para Todos. Arquivo.pt, 2016. Disponível em: https://arquivo.pt/wayback/20181013060912mp_/https://www.portugal.gov.pt/media/18506199/20160210-mctes-ciencia-aberta.pdf. Acesso em: 14 de junho de 2024.

MINISTÉRIO PÚBLICO. “Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos. Decreto-Lei n.º 63/85”, Diário da República Eletrónico [Diário da República n.º 61/1985, Série I de 1985-03-14], 2022. Disponível em: https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/decreto-lei/1985-34475475. Acesso em: 14 de junho de 2024.

ONU. Metade dos alunos fora da escola não tem computador em casa. ONU News, 2020. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2020/04/1711192, 2020. Acesso em: 14 de junho de 2024.

OPEN ACCESS MOVEMENT. What is Open Access?. Open Access, 2021. Disponível em: https://www.openaccess.nl/en/what-is-open-access. Acesso em: 14 de junho de 2024.

PINFIELD, S., Wakeling, S., Bawden, D. & Robinson L. (Eds.). Open Access in Theory and Practice: The Theory-Practice Relationship and Openness. New York: Routledge, 2020.

PORTELA, M. O Arquivo LdoD e a biblioteca digital. In A biblioteca da Universidade: permanências e metamorfoses (pp. 239–258). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015. Disponível em: https://digitalis-dsp.uc.pt/handle/10316.2/36971. Acesso em: 14 de junho de 2024.

PORTELA, M. & Rito A. S. A dinâmica entre arquivo e edição no Arquivo LdoD. Revista Colóquio/Letras, 188, 33–47, 2015.

PORTELA, M. & Silva, A. R. Arquivo LdoD: Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego. Coimbra: Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra. https://ldod.uc.pt/, 2017. Acesso em: 14 de junho de 2024.

PRESNER, T. et al. The Digital Humanities Manifesto 2.0. Humanities Blast: Engaged Digital Humanities Scholarship [blog pessoal], 2009. Disponível em: https://www.humanitiesblast.com/manifesto/Manifesto_V2.pdf. Acesso em: 14 de junho de 2024.

QUEIRÓS, L. M. Um arquivo digital do Livro do Desassossego para ler e mexer. Público, 2017. Disponível em: https://www.publico.pt/2017/12/14/culturaipsilon/noticia/um-arquivo-digital-do-livro-do-desassossego-para-ler-e-mexer-1795920. Acesso em: 14 de junho de 2024.

RODRIGUES, E. O acesso aberto e o futuro da investigação e comunicação científica. In A biblioteca da Universidade: permanências e metamorfoses (pp. 207‒228). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015. Disponível em: https://ucdigitalis.uc.pt/pombalina/item/69667. Acesso em: 14 de junho de 2024.

SIMÕES, J. G. Fernando Pessoa: breve história da sua vida e da sua obra seguida de Fernando Pessoa perante Bernardo Soares. Lisboa: Difel, 1983.

SINGH, G. The Death of Web 2.0. Ethics, Connectivity and Recognition in the Twenty-First Century. London e New York: Routledge, 2019.

SUBER, P. Open access. Cambridge e London: The MIT Press, 2012.

TORRES, R. Po-ex.net – Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa. Porto: Universidade Fernando Pessoa, 2013. Disponível em: https://po-ex.net/. Acesso em: 14 de junho de 2024.

TORRES, R., Portela, M. & Sequeira, M. C. C. B. Methodological Rationale for the Taxonomy of the PO.EX Digital Archive. In New Literary Hybrids in the Age of Multimedia Expression. Crossing borders, crossing genres (pp. 42–55). Amsterdam and New York: John Benjamins Publishing Company, 2014.

TORRES, R. & Seiça, A. O experimentalismo como invenção, transgressão e metamorfose. A Po.Ex revisitada através de Po-Ex.net. Revista Colóquio/Letras, 193, 9–17, 2016.

UNESCO. UNESCO Recommendation on Open Science. UNESCO, 2021. Disponível em: https://www.unesco-floods.eu/wp-content/uploads/2022/04/379949eng.pdf. Acesso em: 29 de setembro de 2024.

Downloads

Publicado

2024-12-17