Estratégias de leitura na web: entre o acúmulo e a dispersão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2020v16n1p141

Resumo

A leitura na web convoca estratégias específicas de leitura devido à sua constituição rizomática. O movimento de desdobramento das virtualidades, parte essencial da teoria deleuziana do rizoma, é realizada na web, principalmente, por meio de algoritmos computacionais que sobredeterminam as escolhas do leitor. Com o recurso a metáforas que representam diferentes tipos de leitor, suas estratégias de leitura são analisadas a partir da chave acúmulo versus dispersão. Ao acúmulo, corresponde a hiperconexão que satura a leitura; enquanto à dispersão, corresponde o esvaziamento que leva o leitor à mera repetição. Da busca do equilíbrio entre os dois polos, emergem estratégias que permitem ao leitor obter melhor proveito da multiplicidade de caminhos oferecidos pela web.

Biografia do Autor

Rodrigo de Santis, Instituto Federal do Paraná

Doutor em Ciência da Informação (2016) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em convênio com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Mestre em Informática (2009) pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); especialização (2005) pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e graduação (2002) também em Informática. Professor efetivo do Instituto Federal do Paraná (IFPR) desde 2015. De 2017 a 2018 foi assessor na Diretoria de Políticas e Regulação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (DPR/SETEC/MEC). Pesquisador das áreas de Ciência da Informação e Informática. Temas de interesse: sistemas de informação, inovação, organização do conhecimento, psicologia, psicanálise e semiótica.

Referências

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

CAPPARELLI, Sérgio; SCHMALTZ, Márcia. Fábulas chinesas. Porto Alegre: L&PM, 2012.

DARNTON, Robert. First steps toward a history of reading. Australian Journal of French Studies, v. 51, n. 2–3, p. 152–177, 2014.

DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2006.

DELEUZE, Gilles. O atual e o virtual. Allez, Éric. Deleuze filosofia virtual. Rio de Janeiro: 34, 1996. .

DELEUZE, Gilles. Qu’est-ce qu’un dispositif? Michel Foucault philosophe: rencontre internationale. Paris: [s.n.], 1988. v. 9. p. 316–325.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Introdução: rizoma. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. 1. ed. São Paulo: Editora 34, 1995. v. 1. p. 11–37.

DRACHSLER, Hendrik; GRELLER, Wolfgang. Privacy and analytics: it’s a DELICATE issue a checklist for trusted learning analytics. Proceedings of the sixth international conference on learning analytics & knowledge, p. 89–98, 2016.

ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record, 2013.

FEDELI, Gian Carlo. Metaphors of Order and Disorder: From the Tree to the Labyrinth and Beyond. Knowledge Organization, v. 40, n. 6, 2013.

FORBES. The World’s Most Valuable Brands. Disponível em: https://www.forbes.com/powerful-brands. Acesso em: 30 mar. 2020.

FOUCAULT, Michel. Des espaces autres: heterótopies. Architecture, mouvement, continuité, v. 5, p. 46–49, 1984.

FOUCAULT, Michel. Le jeux de Michel Foucault. [Entretien avec D. Colas, A. Grosrichard, G. Le Gaufey, J. Livi, G. Miller, J. Miller, J.-A. Miller, C, Millot, G. Wajeman]. Bulletin périodique du champ freudien, n. 10, p. 62–93, 1977.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34, 1996.

LÉVY, Pierre. O que é o virtual? 2. ed. São Paulo: Editora 34, 1998.

LINDEN, Greg; SMITH, Brent; YORK, Jeremy. Amazon. com recommendations: Item-to-item collaborative filtering. IEEE Internet computing, v. 7, n. 1, p. 76–80, 2003.

MANGUEL, Alberto. O leitor como metáfora: o viajante, a torre e a traça. São Paulo: Edições SESC, 2013.

MAZZOCCHI, Fulvio. Images of thought and their relation to classification: the tree and the net. Knowledge Organization, v. 40, n. 6, p. 366–74, 2013.

MCCLELLAND, Calum. The Difference Between Artificial Intelligence. Machine Learning, and Deep Learning. Medium.com. , 2017 Disponível em: https://medium.com/iotforall/the-difference-between-artificial-intelligence-machine-learning-and-deep-learning-3aa67bff5991. Acesso em: 30 mar. 2020.

MELVILLE, Prem; SINDHWANI, Vikas. Recommender systems. Encyclopedia of machine learning. Springer, 2010. v. 1. p. 829–838.

OLSON, Hope A. Exclusivity, teleology and hierarchy: Our Aristotelean legacy. Knowledge Organization, v. 26, n. 2, p. 65–73, 1999.

OVÍDIO. Metamorfoses. São Paulo: Editora 34, 2017.

PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro; PEREIRA, Maria de Nazaré Freitas. O sonho de Otlet: aventura em tecnologia da informação e comunicação. Interdiscursos da Ciência da Informação: arte, museu e imagem, 2000.

RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. Prolegomena to library classification. 2. ed.: Asia Publishing House (New York), 1967.

ROGERS JR., Hartle. Theory of recursive functions and effective computability. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1967.

SALES, Rodrigo de. Devir-rizoma: tumulto na organização e representação do conhecimento. Liinc em Revista, v. 14, n. 2, p. 259–275, nov. 2018.

TANENBAUM, Andrew S.; BOS, Herbert. Modern operating systems. London: Pearson, 2007.

Downloads

Publicado

2020-07-31

Edição

Seção

Artigos