Tecnologia e saberes espirituais em “The Midnight Gospel” – hiperabstração digital e imaginação
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2020v16n2p75Resumo
Se a razão logocêntrica atingiu seu grau máximo de abstração com o desenvolvimento das comunicações online em suportes digitais (KAMPER, 2016; HAN, 2018; BERARDI, 2020), é possível explorar, dentro desse abstracionismo incorpóreo, as possibilidades infinitas da imaginação, ela também uma hiperabstração da mente. A série animada The Midnight Gospel (Netflix, 2020) será aqui analisada de maneira a explorar possibilidades criativas sustentadas tecnicamente pela performance gráfica e sonora digital. Trataremos das camadas narrativas, dos vínculos afetivos e dos discursos espirituais que animam a realidade virtual. Atendo-nos especialmente à narrativa moldura da série, mostraremos que a figura de Clancy se apresenta como avatar do novo “espírito do tempo”, o espírito desse tempo em que tudo indica que nos encontramos à beira do colapso. Concluiremos que o personagem um tanto pueril criado por Ward e Trussell é mais sábio do que faz parecer à primeira vista; em realidade, ele é um mago.
Referências
BERARDI, F. Asfixia – Capitalismo financeiro e a insurreição da linguagem. São Paulo: Ubu, 2020.
CONTRERA, M. S. Mimese e Mídia – novas formas de mimese ou uma consciência hipnógena? In: BORNHAUSEN, D. A., MIKLOS, J., SILVA, M. R. (org.). CISC 20 anos – comunicação, cultura e mídia. São Paulo: CISC/BluCom, 2012. Disponível em: http://cisc.org.br/portal/biblioteca/CISC_20_anosComunicacao_Cultura_e_Midia.pdf. Acesso em: 04 out. 2020.
CONTRERA, M. S. Zumbis, vampiros e seres da cultura midiática. Líbero, v. 18, n. 36, p. 9-14, 2015.
DUNCAN Trussell Family Hour. Direção e locução: Duncan Trussell. Podcast. Disponível em: http://www.duncantrussell.com/. Acesso em: 04 out. 2020.
DEVEREUX, G. Baubo, la vulve mythique. Paris: Payot, 2011.
GETTING deep in Midnight Gospel with Duncan Trussell. Entrevista para o blog The Laugh Button. Design by Todd Jackson, Publicado em 21 de abril de 2020. Acessível em: https://thelaughbutton.com/getting-deep-into-the-midnight-gospel-with-duncan-trussell. Acesso em: 3 out. de 2020.
HAN, B. C. No enxame – perspectivas do digital. Rio de Janeiro: Vozes, 2018.
HILLMAN, J. A grande mãe, seu filho, seu herói e o puer. In: BERRY, P. (coord.). Pais e mães: seis estudos sobre o fundamento arquetípico da família. São Paulo: Símbolo, 1979.
HILLMAN, J. Senex e puer: um aspecto do presente histórico e psicológico. In: J. Hillman (org.). O livro do puer: ensaios sobre o arquétipo do puer aeternus. São Paulo: Paulus, 1998.
HORA de aventura. Direção: Pengleton Ward. Cartoon Network. Estados Unidos, 2010.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
JUNG, C.G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. São Paulo: Vozes, 2011.
KAMPER, D. Mudança de horizonte – nada de novo sob o sol. São Paulo: Paulus, 2016.
LUPASCO, S. Le Príncipe d’antagonisme et la logique de l’energie – Prolégomènes à une science de la contradiction. Hermann, Coleção Actualités scientifiques et industrielles, nº 1133, Paris, 1951.
MIDNIGHT Gospel, o guia de episódios. Punkyoga. Tumblr (3 de maio de 2020) Disponível em: https://pnkyg.tumblr.com/post/617151476899414016/the-midnight-gospel-o-guia-de-epis%C3%B3dios. Acesso em 04 out. 2020
MIDNIGHT Gospel. Direção: Pengleton Ward e Duncan Trussell. Produção e Distribuição: Netflix, Estados Unidos, 2020.
MORIN, E. Cultura de massas no século XX – O espírito do tempo. Vol. 1 Neurose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
NICOLESCU, B. Contradição, lógica do terceiro incluído e níveis de realidade. São Paulo: Cetrans, 2009.
VON FRANZ, M-L. The Problem of the Puer Aeternus. 3. ed. Inner City Books, Toronto, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Florence Marie Dravet
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- A licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional permite a cópia e a redistribuição do material em qualquer suporte ou formato, assim como adaptações, para quaisquer fins, inclusive comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.