Os porquês de Wanda Tinasky não ser Thomas Pynchon: um estudo de caso (II)

Autores

  • Saulo Brandão Universidade Federal Rural de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2023.e93829

Palavras-chave:

Thomas Pynchon, Wanda Tinasky, Neolo, Cartas, Estilometria

Resumo

Neste trabalho voltamos a enfrentar o problema sobre a autoria das cartas da Wanda Tinasky. Estas que foram dadas como de autoria do ficcionista estadunidense Thomas R. Pynchon; tese que foi desmentida por Donald Foster (2000) baseada em evidências históricas. Em 2018, escrevemos um primeiro ensaio fazendo a mesma contestação de Foster, mas baseado em dados referentes a escolhas lexicais de cada escritor. Ou seja: a refutação por meios linguísticos. Neste trabalho, nós enfrentamos o problema de novo para ratificar o resultado de Foster e o do nosso trabalho anterior, mas desta vez optamos por analisar valores como comprimento de períodos, frequência de sinais ortográficos e, especialmente, a riqueza lexical de cada corpus. Consideramos que o resultado confirmou nossa hipótese e, por fim, acreditamos, restar provado linguisticamente que Pynchon não escreveu as cartas de Wanda Tinasky.

Biografia do Autor

Saulo Brandão, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Sua primeira graduação foi em Medicina Veterinária pela U.F.R.Pe (1980), posteriormente graduou em Letras pela Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (1990), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (1995) e doutorado em Letras na mesma universidade (2000), ambos os cursos na área de Teoria da Literatura. Foi pesquisador visitante na Illinois State University, Bloomington/Normal, a convite do English Department da instituição (1998). Cumpriu missão de pós-doutoramento na UFSC em 2003 e outra na University of Washington - Seatle (set. 2013 - fev. 2015). Atualmente é aposentado como professor Titular da Universidade Federal do Piauí. Trabalha com Línguas e Literaturas Estrangeiras Modernas (Inglês), atuando principalmente nos seguintes períodos: literatura estadunidense pós-1920, literatura inglesa elisabetana e com interesse específico nos seguintes temas: Pynchon e Shakespeare; outros interesses: literatura brasileira de viés fantástico, literatura latino-americana de viés real-maravilhoso, ferramentas telemáticas, estilometria, lexicometria, pós-modernidade e mimetismo. Em outubro de 2020 tomou posse no cargo de Professor Adjunto A na Universidade Federal Rural de Pernambuco, campus em Belo Jardim (UABJ) onde ensina Inglês Instrumental e Metodologia da Pesquisa Científica. Tem as seguintes experiências administrativas: Chefe de Departamento (2001-2002); Coordenador de Pós-Graduação (2004); Coordenador Geral de Pesquisa da UFPI (2005); Presidente da COPEVE (2007-2008); Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (11/2008 - 1/2013). Em 9/2013 iniciou Estágio Sênior na University of Washington - Seattle e concluiu em 2/2015, com financiamento CAPES. É avaliador de instituições e cursos do BASIS/INEP desde 2006.

Referências

ANDERSON, B. The letters of Wanda Tinasky. San Francisco: Vers Libre Press, 1996.

BRANDÃO, S. C. S. Neolo. Disponível em: https://github.com/joshuacrogey/neolo. Acesso em: 22 jan. 2016.

BRANDÃO, S. Os porquês de Wanda Tinasky não ser Thomas Pynchon – um estudo de caso (I). Texto Digital, v. 14, n. 2, p. 145–155, 2018.

EDER, M. “Does size matter?”, Digital Scholarship in the Humanities, London, v. 30, n. 2, p. 167-182, 2015.

FOSTER, Donald. Author unknown: On the trail of anonymous. New York: Henry Holt and Company, LLC, 2000.

HALTEREN, H. et al. New Machine Learning Methods Demonstrate the existence of Human Stylome. Journal of Quantitative Linguistics, 2005. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09296170500055350. Acesso em: 22 jan. 2006.

HENDRIX, Jenny. Mistaken Identity. The Paris Review, 2012. Disponível em: https://www.theparisreview.org/blog/2012/01/24/mistaken-identity/. Acesso em: 10 jun. 2020.

HOLLANDER, Charles. Where is Wanda? The case of a bag lady and Thomas Pynchon, 1997. Disponível em: http://www.ottosell.de/pynchon/wanda. Acesso em: 3 mai. 2015.

PENG, R. and Nicolas HENGARTNER. Quantitative analysis of literary styles. The American Statistician, v. 56, n. 3, p. 175-185, 2001.

OLSSON, John. Forensic Linguistics: An introduction to Language, Crime and the Law. New York: Continuum International Publishing Group, 2008.

PENNEBAKER, J. W.; KING, L. A. Linguistic styles: Language use as an individual difference. Journal of Personality and Social Psychology, 1999. Disponível em: https://psycnet.apa.org/record/1999-15054-015. Acesso em: 7 fev. 2021.

PENNEBAKER, J. W. The secret life of pronouns: What our words say about us. Nova Iorque: Bloomsburry Press, 2011.

TORRUELLA, J.; R. CAPSADA. Lexical Statistics and Typological Structures: A Measure of Lexical Richness. Procedia, n. 95, p. 447-454, 2013.

TWEEDIE, Fionda; R. Harald BAAYEN. How Variable Can a Constant Be? Measures of Lexical Richness in Perspective. Computers and the Humanities, v. 32, n. 5, p. 323-352, 1998.

Downloads

Publicado

2023-08-22