Argumentação, tecnodiscursividade e ensino: uma proposta com tecnogêneros
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2025.e106613Palabras clave:
Escrita digital, Tecnogênero, Argumentação, Ensino de língua portuguesa, TecnodiscursividadeResumen
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa interventiva realizada com estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental em uma escola pública do Recife, que teve como objetivo desenvolver a competência argumentativa na escrita digital, por meio do tecnogênero post em carrossel de visada argumentativa. A proposta fundamentou-se na articulação entre a Teoria da Argumentação no Discurso (Amossy, 2020), a pedagogia interativa de gêneros (Bawarshi e Reiff, 2013) e a Análise do Discurso Digital (Paveau, 2022), assumindo a tecnodiscursividade como elemento constitutivo da produção de sentidos no ambiente digital. Para isso, foi elaborado e aplicado o Processo Guiado de Imersão Tecnodiscursiva, um modelo metodológico que orientou os estudantes na compreensão das práticas composicionais, tecnolinguageiras e tecnodiscursivas que estruturam a argumentação em contextos digitais. As análises comparativas das produções iniciais e finais dos participantes evidenciaram avanços significativos no domínio de estratégias argumentativas na escrita digital, especialmente na exploração das afordâncias do carrossel, no uso de tecnografismos, tecnopalavras e tecnodiscursos relatados. Os resultados apontam para a importância de práticas pedagógicas que considerem a ecologia composicional dos ambientes digitais e integrem, de forma consciente, as dimensões linguageira e tecnológica no ensino da argumentação, em sintonia com as demandas comunicativas contemporâneas.
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