A poesia: corpo, performance e oralidade
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2015v11n1p194Resumo
A poesia é sempre um campo frutífero para pensar a arte e sua relevância para a práxis social e, considerando que ela deriva do cotidiano já que implica a relação direta e ativa com o outro, a proposta do presente ensaio é refletir sobre a poesia na perspectiva da performance da voco-corporal, aqui compreendida como signo sonoro e social que tem no corpo do poeta/performer seu devir. Dessa forma, busca-se examinar como a noção de início, meio e fim preestabelecidos pela taxonomia linguística cede lugar à experimentação levando a uma poética cuja fruição se constrói pela não linearidade, possibilitando, assim, a criação de novas ambiências signicas nas quais o fazer e o abstrair tornam-se sinônimos. Outro ponto importante para essa reflexão é a relação entre o fazer poético e a memória, tendo em vista a característica desta última de não linearidade e de atualização de eventos na presentidade da performance, a qual, por sua vez, remete ao engajamento corporal do poeta, seja na perspectiva do som, seja na perspectiva do silêncio. Para examinar tais aspectos, o presente ensaio apoia-se em autores relevantes para discutir voz e memória como Henri Bergson e Paul Zumthor. No que concerne aos conceitos performance e experimentação, privilegiou-se Renato Cohen, Philadelpho Menezes entre outros. Dessa forma, o resultado pretendido e sempre provisório, como deve ser toda consideração relativa à reflexão sobre poética, visa redimensionar o que compreendemos como performance poética em sua expansão signica.
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