Análises contrastivas: estabilidade, variedade ou metodologia?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8420.2015v16n1p157Abstract
Resultados de estudos sociolinguísticos em amostras sincrônicas como a do banco de dados do VARSUL têm trazido contribuições para a descrição do português brasileiro. A amostra oral de Florianópolis, especificamente, tem subsidiado estudos de fenômenos variáveis, que, contrastados a outras variedades, sugere indícios de variação diatópica. As evidências podem sinalizar para três explicações: (1) reiterar que o rumo da investigação deve ser em direção ao que é igual, não ao diferente, dado que há muito mais estabilidade do que instabilidade no sistema do português brasileiro; (2) corroborar a crença de que no Brasil todos falam português, mas existe julgamento de pertença ou de diferença, que é indiciado pela distribuição de frequências; e (3) demonstrar que as escolhas metodológicas da constituição das amostras orais devem ser pautadas em critérios visando à confiabilidade e à intersubjetividade das análises (BAILEY; TILLERY, 2004), de modo a possibilitar a generalização de resultados. Comparamos resultados de dois fenômenos variáveis no português que foram estudados na amostra do VARSUL de Florianópolis – a expressão da primeira pessoa do plural e a do passado imperfectivo –, com outras variedades, para identificar aspectos metodológicos que permeiam as análises e que devem ser considerados em novas coletas para constituição e ampliação de bancos de dados sociolinguísticos.
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