O primitivo negativo: dos animais ancestrais de Kopenawa à mostruação vazia em O Congresso Futurista

Autores

  • Julian Alexander Brzozowski UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2016n22p77

Resumo

O presente artigo visa uma comparação em confronto da ideia de monstro
encontrada na obra do xamã yanomami Davi Kopenawa A queda do céu
com o movimento de desideração, desastre, da caminhada intelectual do Ocidente
em direção ao esvaziamento do mito e suas monstruosidades de pura
aparecência que pululam o imaginário do filme O Congresso Futurista. Apoiado
fortemente na elaboração de Jacques Lacan sobre o interesse do mito de dar
conta de um único objeto, que é objeto de desejo, percorremos o trilho teórico
do esgotamento de sentido do mundo em Jean-Luc Nancy em direção à
noção do corpo enquanto arrealidade concentradora da potência cosmológica
outrora reservada aos astros.

Biografia do Autor

Julian Alexander Brzozowski, UFSC

Obteve título de graduação em Cinema pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2012, com a realização do média-metragem de documentário ficcional Kruk. Obteve título de mestre em teoria literária pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidad Federal de Santa Catarina em 2015, com a defesa da dissertação Lumpy Gravy: Olhar, Arquivo e Sintoma, numa análise da obra musical de Frank Zappa a partir da problemática da pulsão de morte freudiana e as elaborações sobre o processo psíquico de sublimação em Jacques Lacan. Em 2016 adentrou o programa de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina com o projeto de pesquisa pautado por sobre o livro A Queda do Céu, fruto da colaboração do xamã yanomami Davi Kopenawa com o antropólogo e escriba francês Bruce Albert. A aproximação entre xamanismo ameríndio e o horizonte lacaniano da noção de sinthome, a partir da comparação literária entre mitemas fundantes yanomami e ocidentais, constitui seu atual objeto de pesquisa.

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Publicado

2016-08-18