Nelson Rodrigues e o melodrama no teatro contemporâneo: a transposição para o palco do folhetim Escravas do amor, da companhia teatral carioca Fodidos Privilegiados
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n26p15Resumo
Esse estudo tem por objetivo examinar o modo pelo qual a companhia teatral carioca Fodidos Privilegiados, inserida no contexto do teatro contemporâneo do trabalho colaborativo, transpôs o folhetim Escravas do amor para o palco, intensificando cenicamente os elementos melodramáticos presentes no texto original. Através de recursos teatrais próprios da estética da companhia – uso de números coreografados, quadro vivo, narração, economia de cenário e objetos cênicos-, que são utilizados em quase todas as suas peças, a montagem de Escravas do amor é uma adaptação do folhetim de 530 páginas escrito por Nelson Rodrigues sob o pseudônimo de Suzana Flag. Desse modo, procura-se analisar como os Fodidos Privilegiados encenaram características do folhetim, quais sejam, construção em abismo, embuste e ardil, locais relacionados à intriga (choupana, floresta, albergue e castelo) e personagens como o traidor, o justiceiro, a vítima e o bobo, através de elementos melodramáticos como uso da música, mímica facial e corporal, gestos grandes e uso exacerbado da voz. Como aporte teórico no que diz respeito ao melodrama e folhetim, são utilizados estudos de Silvia Oroz, Marlyse Meyer e Jesús Martín-Barbero.
Referências
Fontes textuais
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Peça de teatro
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