O silêncio-voz: as mulheres de Neighbours, De Lília Momplé

Autores

  • Nathalia Guedes de Araújo Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Maria Teresa Salgado Guimarães da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2019.e73657

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar o romance Neighbours (1995) da escritora moçambicana Lília Momplé. A narrativa se passa em Moçambique, no ano de 1985, em três apartamentos marcados centralmente por mulheres, e tem como pano de fundo a organização de um raid assassino por agentes do Apartheid da África do Sul, junto a moçambicanos, a fim de desestabilizar o governo da época e trazer questionamentos ao povo. Em nossa leitura, pretendemos discutir o papel do silêncio das personagens femininas, amparando-nos nos textos de Chimamanda Ngozi Adichie (2015), bell hooks (2017), Michelle Perrot (2005), Rebecca Solnit (2017), Simone de Beauvoir (2008), entre outras obras teóricas.

Biografia do Autor

Nathalia Guedes de Araújo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduação em Letras (Literatura), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012); especialização em Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas (2018), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; mestranda em Literaturas Africanas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2019). Integrante do grupo de pesquisa Escritas do Corpo Feminino da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Maria Teresa Salgado Guimarães da Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduação em Letras (Inglês), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982); mestrado em Literatura Brasileira, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988); doutorado em Literaturas Africanas, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1997) e desenvolveu pesquisa de pós-doutorado, em Literaturas de língua portuguesa, em Paris IV (Sorbonne), com ênfase na escrita feminina (2016). Atualmente, é professora-associada de Literaturas Africanas na Universidade Federal do Rio de Janeiro, universidade onde trabalha desde 2006. Tem experiência na área de Letras, voltando-se para Literaturas de língua portuguesa (Literaturas Africanas, Afro brasileiras e Portuguesa) e atuando principalmente nos seguintes temas: literaturas africanas e literatura comparada. Desenvolve pesquisa em literaturas de língua portuguesa e interessa-se, sobretudo, por imagens ligadas ao universo do riso, da busca de felicidade e das questões de gênero. É pesquisadora associada do CRIMIC (Centre de Recherches Interdisciplinaires sur les Mondes Ibériques Contemporains).

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. Tradução de Christina Baum. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

BEAUVOIR, Simone de. A mulher independente. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2008.

CHIZIANE, Paulina. Eu, mulher... por uma nova visão do mundo. Belo Horizonte: Nandyala Livros e Serviços Ltda., 2013.

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HOOKS, Bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução de Ana Luiza Libânio. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

LORDE, Audre. Irmã Outsider. Tradução de Stephanie Borges. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

MOMPLÉ, Lília. Neighbours. Maputo: AEMO, 1997.

PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Tradução de Viviane Ribeiro. São Paulo: EDUSC, 2005.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

SOLNIT, Rebecca. Os homens explicam tudo para mim. Tradução de Isa Mara Lando. São Paulo: Editora Cultrix, 2017.

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Publicado

2021-02-25