Quase-teatro: o pensamento escrita de Paula Glenadel

Autores

  • Manuela Quadra de Medeiros Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p31

Resumo

O último livro da escritora contemporânea Paula Glenadel, intitulado Rede (2014) é classificado, em sua ficha catalográfica, como poesia, mas é escrito em forma de peça de teatro. A própria autora refere-se ao trabalho do livro, em diferentes momentos, como “prosa poética teatralizada” e como um trabalho de “pensamento-escrita”. Diante dessa classificação escorregadia, característica cada vez mais comum da poesia contemporânea – considerada como um desdobramento da crise da poesia moderna – pensamos a escrita de Paula Glenadel como um quase-teatro em que o que está em jogo é a própria linguagem colocada em cena, ou a linguagem teatralizada. Para isso, partimos do pensamento de Jacques Rancière acerca do “teatro imóvel”, que seria uma nova ideia de pensar o teatro como um teatro sem ação.

Biografia do Autor

Manuela Quadra de Medeiros, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Doutoranda em Literatura pela UFSC com apoio da CAPES.

 

Referências

ALFERI, Pierre. Rumo à prosa. Tradução de Masé Lemos e Paula Glenadel. Revista Alea, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 421-427, 2013.

AMARANTE, Dirce Waltrick. Paula Glenadel busca diálogos com a arte contemporânea em “Rede”. Jornal O Globo, 2014. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/paula-glenadel-busca-dialogos-com-arte-contemporanea-em-rede-16170257.

BAUDELAIRE, Charles. O spleen de Paris: pequenos poemas em prosa. Tradução de Alexandre Zir. Porto Alegre: L&PM, 2016.

BLANCHOT, Maurice. La communauté inavouable. Paris: Minuit, 1983.

DEGUY, Michel. Reabertura após obras. Tradução de Marcos Siscar e Paula Glenadel. Campinas: Ed. da Unicamp, 2010.

GLEIZE, Jean-Marie. Para onde vãos os cães. Tradução de Masé Lemos. Inimigo Rumor, São Paulo/ Rio de Janeiro, n. 16, p. 38-49, jan./jun. 2004.

GLENADEL, Paula. Nathalie Quintane. Ciranda da Poesia. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2012.

GLENADEL, Paula. A vida espiralada. Editora Caetés, 1999.

GLENADEL, Paula. Quase uma arte. Rio de Janeiro: Cosac Naify /7 Letras, 2005.

GLENADEL, Paula. A fábrica do feminino. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008.

GLENADEL, Paula. Rede. Rio de Janeiro: Confraria do vento, 2014.

KOFMAN, Sarah. Comment s’en sortir? Paris: Galilée, 1983.

MALLARMÉ, Stéphane. Divagações. Tradução de Fernando Scheibe. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2010.

MEDEIROS, Sérgio. Contemporâneo, livro de Paula Glenadel tenta capturar o mundo de hoje. Estadão, 2014. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,contemporaneo-livro-de-paula-glenadel-tenta-capturar-o-mundo-de-hoje,1667662.

NANCY, Jean-Luc. Demanda: Literatura e Filosofia. Tradução de João Camillo Penna, Eclair Almeida Filho, Dirlenvalder do Nascimento Loyolla. Florianópolis: Ed. UFSC; Chapecó: Argos, 2016.

PEDROSA, Celia. Poesia e crítica de poesia hoje: heterogeneidade, crise, expansão. Estudos avançados, São Paulo, v. 29, n. 84, p. 321-333, maio/ago, 2015. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/104967/103755. Acesso em: 15 jul. 2018.

PUCHEU, Alberto. Apoesia contemporânea. Rio de Janeiro: Azougue Editorial/ FAPERJ, 2015.

RANCIÈRE, Jacques. O fio perdido: ensaios sobre a ficção moderna. Tradução de Marcelo Mori. São Paulo: Martins Fontes, 2017.

RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.

RANCIÈRE, Jacques. Aisthesis: escenas del régimen estético del arte. Tradução de Horacio Pons. Buenos Aires: Manantial, 2013.

SISCAR, Marcos. O animal que se desconhece. In: GLENADEL, Paula. Quase uma arte. Rio de Janeiro: Cosac Naify / 7 Letras, 2005.

SISCAR, Marcos. Poetas à beira de uma crise de versos. In: Poesia e crise. Campinas: Ed. Unicamp, 2010. Disponível em: http://revistamododeusar.blogspot.com.br/2009/04/poetas-beira-de-uma-crise-de-versos-por.html

SISCAR, Marcos. Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia” como topos da modernidade. Campinas: Ed. Unicamp, 2010.

Downloads

Publicado

2018-06-29