Revolta jeune-France, bousingotismo e licantropia: o republicanismo de Pétrus Borel (1809-1859)

Autores

  • Fernanda Almeida Lima UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2017n23p95

Resumo

O contexto político da França de 1830 é marcado pela deposição de
Carlos X, pela revolução republicana de julho e pela coroação do rei burguês,
Luís Filipe I. Nesse contexto, uma nova geração de artistas e escritores,
classificada como “pequenos românticos” pela história literária, desponta no
campo literário (Bourdieu, 2005) do romantismo francês. Alguns nomes desta
juventude romântica, tais como Pétrus Borel, Théophile Gautier e Gérard de
Nerval, se reúnem no Pequeno Cenáculo (1829-1833), confraria artística simpatizante
das ideias republicanas e avessa à mediocridade e ao mercantilismo
da Monarquia de Julho (1830-1848). Pétrus Borel, figura de proa do Pequeno
Cenáculo, empreende uma confissão de republicanismo licantrópico no prefácio
de sua primeira obra, Rhapsodies (1831). Estas particularidades tornam
o Pequeno Cenáculo alvo das críticas do jornal Le Figaro que, por meio da
denominação pejorativa de Jeunes-France e de Bousingots, denuncia ironicamente
o extravagante artistismo republicano do grupo. Nesse contexto, o presente
trabalho trata da relação entre literatura e política na composição da identidade
enunciativa de escritor republicano-licantropo cunhada por Pétrus Borel.

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Publicado

2017-06-26