O feminino indelével nas palavras poéticas de Warsan Shire, Upile Chisala e Safia Elhillo

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DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2020.e72336%20

Resumo

A primeira observação relativa à escrita literária relaciona-se ao próprio ato físico de escrever, condicionado a uma tensão corpórea que só é aliviada, acabada, quando a escrita é terminada. Esta, em si, liga-se profundamente a uma conjuntura histórica, visto que não é atemporal, tampouco impessoal (SPILLERS, 2015, p. 58). Soma-se a isso o fato de que o escritor, ao conceber noções de pertencimento em meio à sociedade que o cerca, não pode isolar-se de tudo o que, de alguma forma, o sensibiliza. Considerando, portanto, que homem e sociedade coadunam-se sobremaneira, analisamos atentamente a escrita poética de Warsan Shire (Quênia), Upile Chisala (Maláui) e Safia Elhillo (Sudão), que está demasiadamente associada às suas vivências pessoais, bem como ao passado histórico de seus países de origem e às heranças culturais de seus antepassados, uma vez que a própria escrita carrega em si uma carga de urgência assaz relacionada ao momento sócio-político-cultural da sociedade contemporânea.

Biografia do Autor

Elen Rodrigues Gonçalves, Universidade Federal de Juiz de Fora

Especialista em História da África e Mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Atualmente é estudante de doutorado em Estudos Literários pela mesma instituição.

Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Diretora de Relações Internacionais na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Fluminense (UFF). Tem experiência nas áreas de Literatura Comparada, Literatura Afro-Brasileira e Literaturas de Língua Inglesa, atuando principalmente nos seguintes temas: memória, ficção contemporânea e silêncio nas literaturas afro-diaspórica e pós-colonial.

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2021-04-09

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Artigos