Investigando a Startup Enxuta: uma discussão sobre a metodologia de uma Organização da Sociedade Civil na perspectiva da Tecnologia Social
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8077.2021.e74105Resumen
Este ensaio teórico investiga a metodologia Startup Enxuta, utilizada pelo Social Good Brasil, uma Organização da Sociedade Civil, na capacitação de empreendedores sociais, procurando indicar se esta metodologia se configura como uma Tecnologia Social. Conforme a literatura, por seu caráter crítico e propositivo, a TS se notabiliza por propor e propiciar Inovações Sociais geradoras de níveis de emancipação social. Os procedimentos metodológicos adotados no ensaio foram a pesquisa bibliográfica e a analítica de categorias e documentos. A análise realizada partir dos cinco princípios da Startup Enxuta propostos por Ries (Origem; Centralidade do Empreendedor; Ciclo de Feedback; Tempo; e Enfoque na Contabilidade) evidencia a existência de limites na metodologia utilizada pelo SGB no que tange a instrumentalizar agentes sociais para a resolução de problemas sociais, o que obstaculiza a consecução de ações transformadoras e inclusivas. Isto porque, a lógica de mercado que a orienta pouco se identifica com o caráter crítico e propositivo da Tecnologia Social.Citas
ANASTACIO, M. R.; CRUZ FILHO, P. R. A.; MARINS, J. (orgs). Empreendedorismo social e inovação social no contexto brasileiro. Curitiba: PUCPRESS, 2018.
AVELINO, F. et al. Translocal empowerment in transformative social innovation networks. European Planning Studies, p. 1-23, 2019.
ASSUNÇÃO, D. M. de; KUHN JUNIOR, N.; ASHTON, M. S. G. Cidades Criativas e Vila Flores Convergências e Semelhanças no Modelo de Gestão para a Inovação Social. Desenvolvimento em Questão, v. 16, n. 43, p. 291-321, 2018.
BIGNETTI, L. P. As inovações sociais: uma incursão por ideias, tendências e focos de pesquisa. Ciências Sociais Unisinos, v. 47, n. 1, p. 3-14, 2011.
BILBAO, N. S.; VÉLEZ, A. L. L. Las competencias de emprendimiento social, coems: aproximación a través de programas de formación universitária en iberoamérica/social coems: overview through university educational programs in latinamerica and entrepreneurship competences, spain. Revesco: Revista de Estudios Cooperativos, n. 119, p. 159-182, 2015.
BLANK, S. Why the lean start-up changes everything. Harvard business review, v. 91, n. 5, p. 63-72, 2013.
BORBA, G. M. Empreendedorismo por meio de startup: um estudo de caso em uma startup na cidade de Criciúma/SC. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Ciências Contábeis) – UNESC, Criciúma, 2017.
BRAGA, A. F. S.; BRAGA, R. S. Positivismo e construtivismo: nas teorias do conhecimento, da sociedade e das organizações. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2010.
CRISP, R. et al. (orgs). Ética aplicada e políticas públicas. Florianópolis: Editora da UFSC, 2018.
CUPANI, A. Filosofia da tecnologia: um convite. Florianópolis: Editora da UFSC, 2013.
CUPANI, A. Sobre a ciência: estudos de filosofia da ciência. Florianópolis: Editora da UFSC, 2018.
DAGNINO, R. Ciência e tecnologia no Brasil: o processo decisório e a comunidade de pesquisa. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
DAGNINO, R. Neutralidade da ciência e determinismo tecnológico. Campinas: Editora da Unicamp, 2008.
DAGNINO, R. (Org). Tecnologia social: ferramenta para construir outra sociedade. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.
DAGNINO, R. Tecnologia social: contribuições conceituais e metodológicas. Florianópolis: Insular, 2014.
DAGNINO, R. et al. Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação Banco do Brasil, 2004.
DAGNINO, R. et al. O engenheiro e a sociedade: como transformar a sociedade de classes através da ciência e tecnologia. Florianópolis: Insular, 2013.
DAGNINO, R.; SILVA, R. B. da (orgs). Amilcar Herrera: um intelectual latino-americano. Florianópolis: Insular, 2015.
DODGSON, M.; GANN, D. Inovação. Porto Alegre: L&PM, 2014.
FERRY, L. A inovação destruidora: ensaio sobre a lógica das sociedades modernas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.
FREDERIKSEN, D.; BREM, A. How do Entrepreneurs Think They Create Value? A Scientific Reflection of Eric Ries’ Lean Startup Approach. International Entrepreneurship and Management Journal, v. 13, n. 1, p. 169-189, 2017.
GODOI, C. K.;BANDEIRA-DE-MELLO, R. B.; SILVA, A.B. (orgs). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2010.
GREGOIRE, M. Exploring Various Approaches of Social Innovation: A Francophone Literature Review and a Proposal of Innovation Typology. Revista de Administração Mackenzie, v. 17, n. 6, p. 45-71, 2016.
HENRIQUES, F. C. Autogestão em empresas recuperadas por trabalhadores: Brasil e Argentina. Florianópolis: Insular, 2014.
KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar; São Paulo: Edusp, 1980.
LATOUCHE, S. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
LEGGE, D. G.; GIUGLIANI, C.; STOLKINER, A.; GIOVANELLA, L. O Movimento pela Saúde dos Povos: ação global em defesa do direito universal à saúde. Saúde em debate. Londrina. vol. 44, n. esp. (jan. 2020), p. 5-10., 2020.
LIANZA, S.; ADDOR, F. Tecnologia e desenvolvimento social e solidário. Porto Alegre: UFRGS, 2005.
MANZINI, E. Making things happen: social innovation and design. Design Issues, v. 30, n. 1, p. 57-¬66, 2014.
MARTINS, G. de A.; THEÓPHILO, C. R. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas, 2009.
MEDEIROS, A. L.; TEIXEIRA, M. L. M. A potencialidade do pensamento de Boaventura Santos para os estudos organizacionais. Revista de Ciências da Administração, v. 20, n. 50, p. 166-177, abr. 2018.
MELLO, C. J. Trabalho, tecnologia e solidariedade. Florianópolis: Insular, 2018.
MELO, P. T. de; REGIS, H. P.; BELLEN, H. M. Princípios epistemológicos da teoria do capital social na área da administração. Cad.EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, artigo 8, p. 136-164, jan./mar. 2015.
MIGUEL, L. F. Dominação e resistência: desafios para uma política emancipatória. São Paulo: Boitempo, 2018.
MINAYO, M. C. de S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2014.
MOULAERT, F. The international handbook on social innovation: collective action, social learning and transdisciplinary research. Edward Elgar Publishing, 2013.
MURRAY, R.; CAULIER-GRICE; J.; MULGAN, G. The open book of social innovation. London: The Young Foundation, 2010.
NIRWAN, M. D.; DHEWANTO, W. Barriers in implementing the lean startup methodology in Indonesia case study of B2B startup. Procedia Social and Behavioral Sciences, v. 169, p. 23-30, 2015.
OLIVEIRA, N. F. de.; SOUZA, R. T. de. (Eds.). Fenomenologia hoje II: significado e linguagem. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.
ONU. Organização das Nações Unidas. 17 objetivos para transformar nosso mundo. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 15 de maio de 2020.
OTTE, H.; GONÇALVES, A. L.; DIAS, R. Análise sobre as barreiras para o desenvolvimento de startups no ecossistema da grande Florianópolis. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF KNOWLEDGE AND INNOVATION (CIKI), VIII, 2018, Guadalajara. Anais [...]. Guadalajara: [s.n.]. 2018.
PALMER, R. E. Hermenêutica. Lisboa: Edições 70, 2019.
PAES, K. D.; DELLAGNELO, E. H. L. Boaventura de Sousa Santos e Guerreiro Ramos: um olhar crítico sobre as ausências e emergências em organizações. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPAD – ENANPAD, 36., 2012, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: ANPAD, 2012a.
PAES, K. D.; DELLAGNELO, E. H. L. Um diálogo entre Boaventura de Sousa Santos e Milton Santos: por um outro olhar a produção do social. In: ENCONTRO DE ESTUDOS
PINTO, K. E. F.; FELDMAN, P. R. Why Brazil doesn’t innovate: a comparison among nations RAI – Revista de Administração e Inovação, v. 13, n. 1, p. 63-82, jan./mar. 2016.
RASMUSSEN, E. S.; TANEV, S. The Emergence of the Lean Global Startup as a New Type of Firm. Technology Innovation Management Review, v. 5, n. 11,p. 12-19, 2015.
REALE, G.; ANTISERI, D. Filosofia: idade contemporânea. São Paulo: Paulus, 2018.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2011.
RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.
ROCHA, F. Does governmental support innovation have positive effect on R&D investments? Evidence from Brazil. In: BRAZILIANECONOMICS MEETING, 41st, 2013, Foz do Iguaçú. Proceedings [...] Foz do Iguaçú: ANPEC, 2013.
SANTOS, B. de S. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007.
SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2009.
SANTOS, B. de S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática. São Paulo: Cortez, 2011.
SANTOS, B. de S. Na oficina do sociólogo artesão: aulas 2011-2016. São Paulo: Cortez, 2018.
SANTOS, B. de S. et al. Demodiversidade: imaginar novas possibilidades democráticas. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
SARMENTO, M. R. C.; COSTA, L. D. F. L. G. da. O Papel das aceleradoras na consolidação de novas empresas de cultura empreendedora à luz da metodologia lean startup. Revista brasileira de gestão, negócio e tecnologia da informação,p. 65-86, set. 2016.
SCHLEIERMACHER, F. D. E. Hermenêutica: arte e técnica da interpretação. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000.
SILVA, K. da V. da; VASQUES, A. S. Gestão social e inovação social: convergências e divergências teóricas. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, Niterói, v. 12, n. 2, p. 88-101, abr.-jun. 2018.
SILVA, R. B. et al. (orgs). Suleando a retomada com tecnociência social: o pensamento de Renato Dagnino. Florianópolis: Insular, 2018.
SOMEKH, B.; LEWIN, C. (org). Teoria e métodos de pesquisa social. Petrópolis: Vozes, 2015.
TORRES, P. H.; BOTELHO, M. dos R. A. Financiamento à inovação e interação entre atividades científicas e tecnológicas: uma análise do Pappe. Revista Brasileira de Inovação, Campinas (SP), v. 17, n. 1, p. 89-118, janeiro/junho 2018.
VARADARAJAN, R. Toward Sustainability: Public Policy, Global Social Innovations for Base-of-the-Pyramid Markets, and Demarketing for a Better World. Journal of International Marketing, v. 22, n. 2, p. 1-20, 2014.
WATKINS, A. et al. National innovation systems and the intermediary role of industry associations in building institutional capacities for innovation in developing countries: A critical review of the literature. Research Policy, v. 44, p. 1407-1418, 2015.
YAZBEK, M. C.; BRAVO, M. I.; RAICHELIS, R. 40 anos da “Virada” do Serviço Social: história, significados. Serviço Social & Sociedade, n. 136, p. 407-415, 2019.
YORDANOVA, Z. B. Knowledge transfer from lean startup method to project management for boosting innovation projects' performance. International Journal of Technological Learning Innovation and Development, v. 9, n. 4, p. 293-309, 2017.
YORDANOVA, Z. B. Lean Startup method hampers breakthrough innovations and company's innovativeness. International Journal of Innovation and Technology Management, v. 15, n. 2, 2018.
YUNUS, M. O banqueiro dos pobres: a revolução do microcrédito que ajudou os pobres. São Paulo: Ática, 2000.
YUNUS, M. Um mundo sem pobreza: a empresa social e o futuro de capitalismo. São Paulo: Ática, 2006.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
El autor deberá garantizar:
- que exista pleno consenso entre todos los coautores para aprobar la versión final del documento y su envío para publicación.
que su trabajo es original, y si se utilizó trabajo y/o palabras de otras personas, estos fueron debidamente reconocidos.
El plagio en todas sus formas constituye un comportamiento editorial poco ético y es inaceptable. RCA se reserva el derecho de utilizar software o cualquier otro método de detección de plagio.
Todos los envíos recibidos para evaluación en la revista RCA pasan por la identificación de plagio y autoplagio. El plagio identificado en los manuscritos durante el proceso de evaluación dará lugar al archivo del envío. Si se identifica plagio en un manuscrito publicado en la revista, el Editor Jefe realizará una investigación preliminar y, de ser necesario, se retractará.
Los autores otorgan a RCA los derechos exclusivos de primera publicación, estando la obra licenciada simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons (CC BY) 4.0 Internacional.

Los autores están autorizados a celebrar contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en un repositorio institucional, en un sitio web personal, publicación de una traducción o como capítulo de un libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
Esta licencia permite a cualquier usuario tener derecho a:
Compartir: copiar, descargar, imprimir o redistribuir el material en cualquier medio o formato.
Adapte: remezcle, transforme y cree a partir del material para cualquier propósito, incluso comercial.
Bajo los siguientes términos:
Atribución: debe dar el crédito apropiado (citar y hacer referencia), proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se realizaron cambios. Debe hacerlo bajo cualquier circunstancia razonable, pero de ninguna manera que sugiera que el licenciante lo respalda a usted o su uso.
Sin restricciones adicionales: no puede aplicar términos legales ni medidas tecnológicas que restrinjan legalmente a otros hacer algo que la licencia permite.