Quem é o dono da voz? Uma experiência radiofônica em um centro de atenção psicossocial infantil
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este trabalho relata a experiência de uma Oficina de Rádio no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II infantil Parelheiros, na cidade de São Paulo, motivada pela temática da sexualidade, desenvolvida a partir da parceria com a Rede de Enfrentamento Contra a Violência e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes da Capela do Socorro e Parelheiros. Construir esta oficina em um serviço de saúde mental, com crianças e jovens, cujas limitações se referem fortemente a questões relacionadas à fala e a comunicabilidade, tornou a proposta da oficina de rádio desafiadora. Seu desenvolvimento resultou em um dispositivo de reabilitação/atenção psicossocial, que possibilitou a produção de novas linguagens, ressignificação dos discursos e narrativas, bem como estabeleceu nova possibilidade contratual e emancipatória para estes adolescentes. Os encontros eram semanais, com duração de duas horas, coordenados por uma enfermeira, uma psicóloga e um oficineiro. A escolha foi em descrever o processo da oficina e o efeito desta nos usuários, protagonistas das ações. Trabalhar este processo com os usuários necessitou por parte da equipe técnica recorrentes intervenções no sentido de apoiar o reconhecimento das individualidades e apoiar o grupo na produção de sua identidade enquanto tal. Foi possível perceber a aquisição de novas habilidades pelos adolescentes, mudanças positivas no sentido de marcar sua existência enquanto ser social, sujeitos de direitos, pessoas conscientes de seus desejos. Os protagonistas passaram a perceber o outro de maneira singular, respeitando as características individuais de cada um.
Detalhes do artigo
A publicação é de Acesso Aberto (Open Access) e enquadrada em um modelo de licença Creative Commons – atribuição CC BY (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que atribuam o devido crédito pela criação original.