Determinantes da evasão fiscal em instituições financeiras: evidências do Brasil e dos Estados Unidos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n45p152

Resumo

O presente artigo analisa os determinantes da evasão fiscal em instituições financeiras.  Foram analisadas, inicialmente, 131 instituições financeiras brasileiras e 2.886 instituições financeiras americanas do período de 2008 a 2017, perfazendo 28.590 observações. Foram calculadas as duas principais métricas de agressividade fiscal presentes na literatura nacional e internacional (Book-Tax Differences - BTD e Cash ETR). Utilizaram-se quatro estratégias econométricas: Método dos Mínimos Quadrados (MQO), Efeitos Fixos, Efeitos Aleatórios e Método Generalizado de Momentos Sistêmico (GMM-Sis). Foi constatado que para a amostra do Brasil, há algumas evidências de que intangíveis, tamanho e retorno sobre ativos (ROA) são alguns determinantes da evasão fiscal .  Para a amostra dos Estados Unidos verificou que há algumas evidências de que tamanho e débitos totais são alguns determinantesda evasão fiscal. Um determinante em comum nas duas amostras é o tamanho. Esse resultado está alinhado com a literatura que prevê que empresas maiores têm mais condições de praticar evasão fiscal. Este estudo contribui para maior compreensão das práticas de planejamento tributário realizadas pelas empresas financeiras.

Biografia do Autor

Rogiene Batista dos Santos

Doutoranda em Controladoria e Contabilidade FEARP (USP)


 

Amaury José Rezende, Professor do departamento de contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (USP)

Doutor em Controladoria e Contabilidade (USP)

Referências

ADAMS, R.B. Governance and the financial crisis. International Review of Finance, v. 12. n. 1,p. 7–38, 2012. https://doi.org/10.1111/j.1468-2443.2011.01147.x

ALLINGHAM, M., SANDMO, A. Income tax evasion: a theoretical analysis. Journal of Public Economics, v. 1, n. 3, p. 323–338, 1972. https://doi.org/10.1016/0047-2727(72)90010-2

ARELLANO, M.; BOND, S. Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. Review of Economic Studies. Oxford, v. 58, n. 2, p. 277-297, 1991. https://doi.org/10.2307/2297968

AUTORE, D.M., BILLINGSLEY, R.S., SCHNELLER, M.I. Information uncertainty and auditor reputation. Journal of Banking & Finance, v. 33, n. 2, p. 183–192, 2009. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2008.07.011

BALAKRISHNAN, K.; BLOUIN, J.; GUAY. W. Tax Aggressiveness and Corporate Transparency. The Accounting Review, v. 94, n. 1, p. 45-69, 2019. https://doi.org/10.2308/accr-52130

BARTH, J. R.; CAPRIO, G. J.; LEVINE, R. Bank regulation and supervision: what works best? Journal of Financial Intermediation, v. 13, n. 2, p. 205–248, 2004. https://doi.org/10.1016/j.jfi.2003.06.002

BRITO, G. A. S.; MARTINS, E. Conservadorismo contábil e o custo do crédito bancário no Brasil. Brazilian Business Review, v. 10, n. 1, p. 27-45, 2013. http://dx.doi.org/10.15728/bbr.2013.10.1.2

BRUNOZI, A. C. J.; KRONBAUER, C. A.; MARTINEZ, A. L.; ALVES, T. W. BTD anormais, accruals discricionários e qualidade dos accruals em empresas de capital aberto listadas no Brasil. Revista Contemporênea de Contabilidade, v. 15, n. 35, p. 108-141, 2018. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8069.2018v15n35p108

CAMERON, A. C.; TRIVEDI, P. K. Microeconometrics: methods and applications. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. https://doi.org/10.1017/CBO9780511811241

CAMERON, A. C.; TRIVEDI, P. K. Microeconometrics using Stata. College Station: Stata Press, 2009. https://doi.org/10.1111/1475-4932.12006

CHAN, K. H.; LIN, K. Z.; MO, P. L. Will a departure from tax-based accounting encourage tax noncompliance? Archival evidence from a transition economy. Journal of Accounting and Economics, v. 50, n. 1, p. 58-73, 2010. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.02.001

CHEN, S., X. CHEN, Q. CHENG, And T. SHEVLIN. Are family firms more tax aggressive than non-family firms? Journal of Financial Economics, v. 95, n. 1, p. 41–61, 2010. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2009.02.003

CROCKER, K.; SLEMROD, J. Corporate tax evasion with agency costs. Journal of Public Economics, v. 89, n. 9, p. 1593–1610, 2005. https://doi.org/10.1016/j.jpubeco.2004.08.003

CYAN, M.; KOUMPIAS, A.; MARTINEZ-VAZQUEZ, J. The determinants of tax morale in Pakistan. Journal of Asian Economics, v. 47, n. 1, p. 23-34, 2016. https://doi.org/10.1016/j.asieco.2016.09.002

DERASHID, C., ZHANG, H. Effective tax rates and the “industrial policy” hypothesis: Evidence from Malaysia. Journal of International Accounting, Auditing and Taxation, v. 12, n. 1, p. 45–62, 2003. https://doi.org/10.1016/S1061-9518(03)00003-X

DESAI, M., DYCK, I., ZINGALES, L. Theft and taxes. Journal of Financial Economics, v. 84, n. 3, p. 591–623, 2007. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2006.05.005

DRAKE, K. D.; LUSCH, S. J.; STEKELBERG, J. Does Tax Risk Affect Investor Valuation of Tax Avoidance? Journal of Accounting, Auditing & Finance, v. 34, n. 1, p. 151-176, 2017. http://dx.doi.org/ 10.1177/0148558X17692674

DYRENG, S., HANLON, M., MAYDEW, E. Long-run corporate tax avoidance. The Accounting Review, v. 83, n. 1, p. 61–82, 2008. https://doi.org/10.2308/accr.2008.83.1.61

DYRENG, S. D., B. P. LINDSEY. Using Financial Accounting Data to Examine the Effect of Foreign Operations Located in Tax Havens and Other Countries on U.S. Multinational Firms’ Tax Rates. Journal of Accounting Research, v. 47, n. 5, p. 1283–1316, 2009. https://doi.org/10.1111/j.1475-679X.2009.00346.x

FERREIRA, F.R.; MARTINEZ, A. L.; COSTA, F. M.; PASSAMANI, R. Book-tax differences e gerenciamento de resultados no mercado de ações do Brasil. Revista de Administração de Empresas, v. 52, n. 5, p. 488-501, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75902012000500002

FORTI, C. A. B.; FREITAS, K. S. Relação entre os dividendos e a classificação de rating de empresas brasileiras. Revista Contemporênea de Contabilidade¸v. 17, n. 42, p. 120-137, 2020. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n42p120

GALLEMORE, J., GIPPER, B., MAYDEW, E. L. Banks as Tax Planning Intermediaries. Journal of Accounting Research, v. 57, n. 1, p. 169-209, 2019. https://doi.org/10.1111/1475-679X.12246

GREENE, W. H. Econometric analysis.7th ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2011. https://doi.org/10.1017/S0266466600004278

HANLON, M.; HEITZMAN, S. A review of tax research. Journal of Accounting and Economics, v. 50, n. 2, p. 127-178, 2010. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.002

HANSAN, M. M.; AL-HADI, A.; TAYLOR, G.; RICHARDSON, G. Does a firm’s life cycle explain its propensity to engage in corporate tax avoidance? European Accounting Review, v. 26, n. 3, p. 469-501, 2017. https://doi.org/10.1080/09638180.2016.1194220

HOOPES, J. L., D. MESCALL, J. A. PITTMAN. Do IRS Audits Deter Corporate Tax Avoidance? The Accounting Review, v. 87, n. 5, p. 1603–1639, 2012. https://doi.org/10.2308/accr-50187

KIM, J.; IM, C. Study on Corporate Social Responsibility (CSR): Focus on Tax Avoidance and Financial Ratio Analysis. Sustainability, v. 9, n. 10, p. 1-15, 2017. http://dx.doi.org/10.3390/su9101710

LIETZ, G. Tax Avoidance vs. Tax Aggressiveness: A Unifying Conceptual Framework. In: SSRN Scholarly Paper No. ID 2363828. Rochester, NY: Social Science Research Network, 2013

LIU, X., CAO, S. Determinants of corporate effective tax rates Evidence from listed companies in China. Chinese Economics, v. 40, n. 6, p. 49–67, 2007. https://doi.org/10.2753/CES1097-1475400603

LUO, B. Effects of auditor-provided tax services on book-tax diferences and on investors' mispricing of book-tax differences. Advances in Accounting, v. 47, n. 1, p. 1-15, 2019. https://doi.org/10.1016/j.adiac.2019.100434

LOBO, G. Accounting Research In Banking: A Review. China Journal Of Accounting Research, v. 10, n. 1, p. 1-7, 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.cjar.2016.09.003

KROSZNER, R.S., STRAHAN, P.E. Bankers on boards: monitoring, conflicts of interest, and lender liability. Journal of Financial Economics, v. 62, n. 3, p. 415–452, , 2001. https://doi.org/10.1016/S0304-405X(01)00082-4

MANSI, S.; QI, J.; SHI, H. Advertising and tax avoidance. Review of Quantitative Finance and Accounting, v. 54, v. 1, p. 479–516, 2020. https://doi.org/10.1007/s11156-019-00796-6

MARTINEZ, A. L. Agressividade tributária: um survey da literature. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, v. 11, n. Edição especial de 10 anos, p. 106-124, 2017. https://doi.org/10.17524/repec.v11i0.1724

MARTINEZ, A. L.; BASSETTI, M. Ciclo de Vida das Empresas, Book-Tax Differences e a Persistência nos Lucros. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, v. 10, n. 2, p. 148-162, 2016. https://doi.org/10.17524/repec.v10i2.1312

MARTINEZ, A. L.; MOTTA, F. P. Agressividade fiscal em sociedades de economia mista no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 17, n. 43, p. 136-148, 2020. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n43p136

MAYDEW, E. Empirical tax research in accounting: a discussion. Journal of Accounting and Economics, v. 31, n. 1, p. 389–403, 2001. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00021-0

REGO, S. O. Tax-Avoidance Activities of U.S. Multinational Corporations. Contemporary Accounting Research, v. 20, n. 4, p. 805–833, 2003. https://doi.org/10.1506/VANN-B7UB-GMFA-9E6W

REZENDE, A. J. Avaliação do impacto dos incentivos fiscais sobre os retornos e as políticas de investimento e financiamento das empresas. Ribeirão Preto: Tese (livre docência) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 176 f. p., 2015.

RUDYANTO, A. PIRZADA, K. The role of sustainability reporting in shareholder perception of tax avoidance. Social Responsibility Journal, Forthcoming, 2020. http://dx.doi.org/10.1108/SRJ-01-2020-0022

SANTA, S. L. L.; REZENDE, A. J. Elisão fiscal e valor da firma: evidências do Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 13, n. 30, p. 114-133, 2016. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8069.2016v13n30p114

SANTOS, M. A. C.; CAVALCANTE, P. R. N.; RODRIGUES, R. N. Size firm and other determinants of the effective taxation on earnings in Brazil. Advances in Scientific and Applied Accounting, v. 6, n. 2, p. 179-210, 2013. https://doi.org/10.14392/ASAA.2013060204

SANTOS, C. K. S.; COSTA, P. S.; SILVA, P. R. Relação entre book-tax differences e conservadorismo contábil: Um estudo das companhias abertas de países da América Latina. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 13, n. 30, p. 160-192, 2016.http://dx.doi.org/10.5007/2175-8069.2016v13n30p160

SCHOLES, M. AND M. WOLFSON. Taxes and Business Strategy: A Planning Approach. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, 1992.

SLEMROD, J., Yitzhaki, S.Tax avoidance, evasion, and administration. In: Auerbach, A., Feldstein, M. (Eds.), Handbook of Public Economics, v. 3, 2002. https://doi.org/10.1016/S1573-4420(02)80026-X

TANG, T.; FIRTH, M. Can book–tax differences capture earnings management and tax Management? Empirical evidence from China. The International Journal of Accounting, v. 46, n. 1, p. 175-204, 2011. https://doi.org/10.1016/j.intacc.2011.04.005

TORGLER, B. Tax morale in Latin America. Public Choice, v. 122, n. 1, p. 133–157, 2005. https://doi.org/10.1007/s11127-005-5790-4

WAHAB, N. S. A. Malaysian multinational companies (MNC): Permanent and temporary nature of tax planning. Cogent Business & management, v. 3, n. 1, p. 1-18, 2016.http://dx.doi.org/10.1080/23311975.2016.1248644

WOOLDRIDGE, J. M. Econometric analysis of cross section and panel data. 2nd edition. Cambridge: MIT Press, 2010.

Downloads

Publicado

2020-09-28

Como Citar

Santos, R. B. dos, & Rezende, A. J. (2020). Determinantes da evasão fiscal em instituições financeiras: evidências do Brasil e dos Estados Unidos. Revista Contemporânea De Contabilidade, 17(45), 152–167. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n45p152

Edição

Seção

Artigos