Ser mulher importa? Determinantes, evidências e estimativas da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8085.2020.e71518

Resumo

A participação feminina na oferta de trabalho é mais instável que a masculina. As mulheres são mais afetadas em períodos de crise, pela maternidade, discriminação e têm menores chances de encontrar um emprego no setor formal. No presente trabalho foram utilizados os microdados da PNAD entre 2001 a 2015, em um modelo probit, para verificar como características individuais afetam a inserção no mercado de trabalho e como esses efeitos alteram-se ao longo do período analisado. Os resultados mostram que “ser mulher” reduz significativamente a participação da mulher no mercado de trabalho para todo o período analisado, e que essa redução é ainda maior para mulheres com filhos ou chefes de domicílio.

Biografia do Autor

Ana Carolina Freitas Tedesco, Universidade Federal do Paraná

Aluna no programa de pós-graduação em Desenvolvimento Econômico na Universidade Federal do Paraná (2022).

Kênia Barreiro Souza, UFPR.

Professora do departamento de Economia e Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico.

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Publicado

2020-06-30

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Artigos