A arte como elemento de poder e propaganda no Império Neoassírio

Autores/as

  • Bruno Alves Barros

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7976.2020.e70896

Resumen

Este artigo tem como objetivo apresentar o propósito da arte no império neoassírio, seu contexto histórico e suas ramificações neste período. Para se alcançar esse objetivo, uma revisão de literatura a respeito da arte no Império Neoassírio, e de documentos históricos e arqueológicos foi realizada. Pode-se observar que, ao contrário da percepção geral, os palácios neoassírios não se restringiam meramente a um complexo residencial real, mas também possuíam uma função político-social. Os palácios, a partir do reinado de Assurnasirpal II, foram decorados com temas mesopotâmicos tradicionais, mas as esculturas e os relevos artísticos presentes não tinham apenas o objetivo de decorar o palácio e sim estabelecer o direito divino real perante seus súditos, especialmente a elite da qual o rei era dependente politicamente. Essas características artísticas palacianas permaneceram ao longo dos séculos e tiveram seu auge durante o reinado de Senaqueribe, durante o qual também foi possível constatar inovações artísticas. Ao examinar as evidências arqueológicas e históricas de seu palácio e contrastá-las, foi possível identificar várias discrepâncias entre si, principalmente no que se refere à audiência. Pode-se se concluir, ao considerar como exemplo a tomada da cidade de Laquis no palácio de Senaqueribe, que as esculturase relevos artísticos poderiam ser direcionados a uma determinada audiência, e que eles, ao contrário de documentos escritos, omitiam certos acontecimentos que permaneciam acessíveis somente às pessoas de confiança do rei.

Biografía del autor/a

Bruno Alves Barros

Doutorando em Assiriologia pela Universidade Eötvös Loránd, Hungria.

Mestre em Arqueologia pela Universidade Andrews, E.U.A.


Professor convidado de História da Mesopotâmia para a Pós-Graduação Lato-Sensu em História e Arqueologia do Antigo Oriente Próximo no Centro Universitário Adventista de São Paulo.

Citas

BIENKOWSKI, P.; MILLARD, A. Dictionary of the Ancient Near East. 2ª ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2000.

BRIGHT, J. A History of Israel. Louisville: Westminster John Knox Press, 2000.

COGAN, M. Bound for Exile: Israelites and Judeans under Imperial Yoke. Jerusalem: Carta Jerusalem, 2008.

CURTIS, J. E.; READE, J. E. Art and Empire: Treasures treasures from Assyria in the British Museum. London: British Museum Press, 1995.

GRAYSON, A. K. Assyrian Rulers of the Early First Millennium BC I: (1114- 859 BC). In: GRAYSON, A. K. The Royal Inscriptions of Mesopotamia, Assyrian Periods. Toronto: Toronto University Press, 1991. v. 2, p. 288-293.

GRAYSON, A. K.; NOVOTYN, J. The Royal Inscriptions of Sennacherib, King of Assyria (704-681 BC), Part 1. In: GRAYSON, A. K.; NOVOTYN, J. (ed.). The Royal Inscriptions of the Neo-Assyrian Period. Pennsylvania: Einsenbrauns, 2012. v. 3.

KAELIN, O. Comparing Images – The Relief Programme in the Palace of Assurnasirpal II and the Egyptian Mortuary Temples of the New Kingdom. In: HOREJS, B. et al. (ed.) Proceedings of the 10th International Congress on the Archaeology of the Ancient Near East. Wiesbaden: Harrossowitz Verlag, 2018. p. 479-496.

LAATO, A. Assyrian Propaganda and the Falsification of History in the Royal Inscriptions of Sennacherib. Vetus Testamentum, Leiden, v. 45, n. 2, p. 198-226, 1995.

LAYARD, A. H. Discoveries in the Ruins of Nineveh and Babylon. London: John Murray, 1853.

LUCKENBILL, D. D. The Annals of Sennacherib. Chicago: The University of Chicago Oriental Institute Publications, 1924. v. 2.

MCLAUGHLIN, J. L. The Ancient Near East: an essential guide. Nashville: Abingdon Press, 2012.

NEGEV, A.; GIBSON, S. Archaeological Encyclopedia of the Holy Land. 4a ed. New York: The Continuum Publishing Group, 2001.

NEMET-NEJAT, K. R. Daily Life in Ancient Mesopotamia. Peabody: Hendrickson Publishers, 2002.

POZZER, K. M. P. Guerra, Violência e Memória Cultural nas Imagens Assírias. Anos 90, Porto Alegre, v. 25, n. 47, p. 39-59, jul. 2018.

READE, J. E. Twelve Ashurnasirpal Reliefs. Iraq, London, v. 27, n. 2, p. 119-134, 1965.

READE, J. E.; Ideology and Propaganda in Assyrian Art. In: MOGENS, T. L. (ed.) Power and Propaganda: A Symposium on Ancient Empires. Copenhagen: Akademisk Forlag, 1979. p. 329-343.

RUSSEL, J. M. Sennacherib’s Lachish Narratives. In: HOLLIDAY, P. J. (ed.). Narrative and Event in Ancient Art. San Bernardino: Cambridge University Press, 1993. p. 55-73.

RUSSEL, J. M. Sennacherib’s Palace Without a Rival at Nineveh. Chicago: The University of Chicago Press, 1991.

RUSSELL, J. M. The Program of the Palace of Assurnasirpal II at Nimrud: Issues in the Research and Presentation of Assyrian Art. American Journal of Archaeology, Boston, v. 102, n. 4, p. 655-715, 1998.

TAKLA, P.R. Desenvolvimento do esquema decorativo das salas do trono do período neoassírio (934-609 a.C.). 2008. Dissertação (Mestrado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

USSISHKIN, D. The Conquest of Lachish by Sennacherib. Tel Aviv: Tel Aviv University, 1982.

Publicado

2021-01-15

Cómo citar

Barros, B. A. (2021). A arte como elemento de poder e propaganda no Império Neoassírio. Esboços: Historias En Contextos Globales, 27(46), 494–510. https://doi.org/10.5007/2175-7976.2020.e70896

Número

Sección

Artículo