A distribuição de vacinas no Brasil: Justiça e escassez de recursos

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2023.e93435

Palabras clave:

Justiça, Distribuição, Vacina, SARS-CoV-2

Resumen

O presente artigo visa discutir, à luz da Teoria da Justiça de John Rawls, se a distribuição de vacinas contra o vírus SARS-CoV-2 no Brasil favoreceu ou não determinados grupos. A partir do texto publicado na Revista Carta Capital intitulado “Onde estão os idosos negros na fila da vacinação?” que argumentava sobre o privilégio que determinados setores tinham em receber a vacina em relação a outros, a questão se desenvolve sob os aspectos normativos da teoria e as implicações estratégicas das diferentes formas de distribuição, inclusive adotadas em outros países como a Indonésia. Para além da questão levantada pelo texto, a discussão também de despende para a relação entre política pública pensada universalmente ou com foco em determinado grupo e os desdobramentos dessas posições no cenário pandêmico.

Biografía del autor/a

Talic Jaber Sleman, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)

Aluno bolsista (CNPq) do programa de Mestrado em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista, com o projeto de pesquisa intitulado: "Esquerda Identitária e seus Impactos na Democracia Contemporânea: Discursos e Mídias Sociais". É graduado em Ciências Sociais nas modalidades Bacharelado e Licenciatura (2021) também pela UNESP de Araraquara. Possui experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Teorias da Democracia e Movimentos Identitários. Atualmente é membro pesquisador do Laboratório de Política e Governo (LabPol) da UNESP.

Ana Laura Corrêa Porto, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)

Mestranda em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP, Campus de Araraquara. Possui graduação em Letras (Licenciatura plena e Bacharelado), com habilitação em Língua portuguesa (2019), inglesa (2019) e espanhola (2022) também pela UNESP de Araraquara. É membro do grupo de pesquisa InviTe - Intercâmbio Virtual e Teletandem: Línguas Estrangeiras para Todos (CNPq/UNESP) e do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação de Professores de Línguas (GPFPL). Atualmente é bolsista do programa de Formação Didático-Pedagógica para Cursos de Modalidade a Distância - UNIVESP/UNESP e mediadora do programa de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras da UNESP, Teletandem Araraquara.

Milton Lahuerta, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)

MILTON LAHUERTA é graduado em Ciências Sociais pela USP (1978); mestre em Ciência Política (UNICAMP-1992) e doutor em Ciência Política (USP-1999) . Foi professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo de 1979 a 1984. Desde 1984 é professor de Teoria Política na Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista -- UNESP, Campus de Araraquara. Desenvolve pesquisas e tem trabalhos publicados sobre intelectuais e vida pública no Brasil e na América Latina; ciências sociais e pensamento social no Brasil; relações entre cultura política, senso comum e conhecimento especializado; relações entre instituições políticas e tradição ibérica. Coordenou, de 06/2004 a 05/2007, o Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da UNESP de Araraquara, onde orienta mestrado e doutorado. É professor colaborador do Programa de Pós Graduação em Ciência Política da UFSCar, desde a sua criação. Coordena, desde 2003, o Laboratório de Política e Governo da UNESP. É diretor de Perspectivas - Revista de Ciências Sociais da UNESP, desde 2001. Professor convidado no Centro Universitário de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade de Guadalajara, México, ministrando disciplina em nível de pós-graduação, no primeiro semestre de 2006. Vice-coordenador, entre 2003-2005, e Coordenador, entre 2008 e 2010, do Curso de Pós Graduação Lato Senso - Especialização "Gestão Governamental e Poder Legislativo", desenvolvido no Instituto do Legislativo Paulista, no âmbito do convênio entre a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e a UNESP. Participou, de 2003 a 2014, do projeto do Espaço Cultural da CPFL, em Campinas, como membro do Conselho Consultivo que estruturava a programação geral e como Curador dos seguintes Módulos: ?Intérpretes do Brasil no século XX" (2003); "Sociedade Pós Tradicional: que sociedade é essa?" (2004); "A invenção do futuro e a refundação da República" (2006) e "Pensando o Brasil a partir de seu cinema" (2007). Coordenador do Projeto Parlamento Jovem, em 2014 e 2015, desenvolvido pelo Laboratório de Política e Governo da UNESP, em parceria com a Escola do Legislativo e a Câmara de Vereadores de Araraquara, envolvendo 2800 jovens do ensino fundamental e 1800 do ensino médio, com a finalidade de desenvolver a formação política.

Citas

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Publicado

2023-11-29

Número

Sección

Dossiê Justiça Pandêmica Global