Escrevivências: do racismo cotidiano às relações étnico-raciais
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-0221.2025.e97628Palavras-chave:
Racismo, Branquitude, Escrevivência, PsicanáliseResumo
No Brasil, a presença escamoteada do racismo impõe aos sujeitos negros a tarefa incessante de decodificação dos efeitos infligidos pela violência. Ante essa incidência, a ação de extensão Escrevivências do racismo cotidiano procurou facilitar aos participantes um exercício de elaboração dos traços subjetivos impostos pela violência racial. Para tanto, realizamos considerações teóricas sobre a temática acompanhadas de exercícios de escrita. O objetivo deste relato é problematizar um aspecto preciso surgido no primeiro encontro da atividade: o interesse e a presença de pessoas autodeclaradas brancas em uma oficina sobre o racismo. A opção de franquearmos o acesso ao curso, sem restrição quanto à identificação étnico-racial, permitiu um giro na proposta da oficina, vertendo os corpos brancos em objetos de atenção. Interessa-nos localizar o deslocamento que, partindo do racismo – compreendido como uma violência decorrente da atribuição racial –, nos conduziu à temática, mais ampla e complexa, da racialidade em sua dimensão relacional.
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