Física e epistemologia heterodoxas: David Bohm e o ensino de ciências

Autores

  • José André Pérez Angotti UFSC - Santa Catarina

Resumo

Apresentamos proposições e convicções de David Bohm (1917–1992) bastante sugestivas para os professores de física/ciências preocupados com a melhoria dos processos e dos resultados de suas atividades, principalmente na perspectiva de ruptura com os pressupostos profissionais fundados nos fundamentos da Ciência Clássica e mesmo da Ciência Moderna e Contemporânea, bem como nos pressupostos da transmissão (ou troca) destes conhecimentos em sala de aula. Tais pressupostos, adquiridos em nossa formação inicial de graduação, freqüentemente não são explicitados, mas costumam ser bastante exercitados. Com auxílio das reflexões de Eddington, escritas logo após as revoluções científicas da Física do século XX, justificamos a imersão de pesquisadores nestas questões de natureza epistemológica. O autor principal discutido é reconhecido justamente pela natureza polêmica e criativa de suas contribuições tanto em Física como em Epistemologia, sua tendência a especular e transcender e sua perseverança em favor da pluralidade de teorias concorrentes. Das contribuições de Bohm – bastante conhecido e referenciado em diversas áreas do saber contemporâneo e quase ausente na pesquisa em ensino de Física/Ciências, destacamos a ordem implícita e o holomovimento. Com apoio na proposição de “análise temática” (Holton), discutimos as posições não hortodoxas, analogias e idiossincrasias de cientistas - professores, visando a sensibilização dos docente para o enfrentamento destes desafios na sua formação continuada.

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Publicado

2002-01-01

Como Citar

Angotti, J. A. P. (2002). Física e epistemologia heterodoxas: David Bohm e o ensino de ciências. Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 19, 126–156. Recuperado de https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/10058

Edição

Seção

Artigos