Metáforas e/ou representações: inquietações, pronomes e identidades
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e102611Palavras-chave:
Metáforas, Linguística Cognitiva, Identidades, Representações, Sociologia CríticaResumo
Em termos de política, nas várias de suas possibilidades, um dos pontos de dissonância vigente é sobre a expressividade linguística de pessoas que não se identificam dentro do binarismo de gênero hegemônico: as identidades não-binárias. Há avanços significativos em como as pessoas não-binárias têm existido: provocando sua inserção no imaginário social, na concretude do tecido cultural e nas normais legais vigentes, apesar das resistências apresentadas nessas esferas quando contestam para além do contra-hegemônico do ser-trans “tradicional” que evocaria, em tese, uma forma binária de existir. O ser não-binário é polêmico na própria definição do ser, apresentando-se essencialmente na partícula negativa: não mostra o que é, mas apresenta o que não é –embora existam definições que operam não através da negação, como definições tipo “gênero-fluido”, “gender-queer”, “intergênero”. Muitas vezes, de forma racionalizada e estratégica, ou não, são utilizados os rastros da polêmica deixada pela discussão linguística, política, educacional, institucional, epistemológica ou quaisquer outras formas para discutir sobre a viabilidade de uma identidade formada de uma maneira não-tradicional e como se insere no organograma social – ou que discute a existência destas formas não-binarizadas de gênero na sociedade desde sempre, seja a sociedade consciente ou não dessas expressões. Este texto completo, em tom-quase-ensaístico, é exatamente uma maneira de usar a polêmica linguística que diversas publicações buscam somar e discutir, aumentando o rastro de polêmicas, pensando mais um pouco sobre o que é uma identidade não-binária e como linguagens podem expandir a sua existência ou reduzi-la de maneira quase mortífera na essência que tem.
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