Transhumanismo e a disputa sobre o conceito de vida: entre a vida biológica e a morte da morte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2025.e105640

Palavras-chave:

Transhumanismo, Imortalidade, Vida biológica

Resumo

Uma marca constitutiva do tempo presente é a centralidade que a vida digital adquiriu desde o surgimento do capitalismo de plataforma ou capitalismo de vigilância, e do transumanismo como ideologia dominante desta nova era. Nesse contexto, as formas de governo da vida se transmutam, e a lógica algorítmica se torna dominante. A proliferação de dispositivos eletrônicos que capturam dados sobre a vida de indivíduos e populações se tornou onipresente, tornando o capitalismo de vigilância o Big Other onisciente de ações, preferências e desejos. A base científica desse movimento tem seu suporte epistêmico no desenvolvimento exponencial das neurociências e neurotecnologias, da biologia molecular e das ciências da computação. Entendemos que Ray Kurzweil, mentor de inteligência artificial do Google, é uma das principais referências do transumanismo, sendo uma de suas obras exemplares "A Medicina da Imortalidade". Interpelamos o texto para identificar nele os principais princípios da proposta do transumanismo.

Biografia do Autor

Santiago Pich, Universidade Federal do Paraná

Pós-doutorado em Educação pela Universidade de Barcelona (UB). Doutor em Ciências Humanas pelo Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da UFSC. Professor do Departamento de Estudos Especializados em Educação (EED/CED) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFSC. Líder do grupo de estudos e pesquisa LAPSB.

Fabio Zoboli, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Pós-doutor em Educação pela Universidad Nacional de La Plata (UNLP-Argentina). Membro do grupo de pesquisa “Corpo e política”.

Elder Silva Correia, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Doutor em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (PPGED-UFS). Membro do Grupo de pesquisa “Corpo e política”.

Éverton Vasconcelos de Almeida, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor efetivo da Escola de Ensino Básico Francisco Tolentino - São José/SC. Membro do Grupo de Pesquisa REPERCUTE: Rede de Pesquisa em Currículo e Tecnologia-UFSC. Bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) en el Postdoctorado del MPD-UFSC.

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Publicado

2025-09-12

Edição

Seção

Dossiê | Antropoceno, Biopolítica e Pós-humano: novas materialidades?