Extensão do escopo da lei Maria da Penha a homens vítimas de violência doméstica e familiar em Pelicani (2007): análise pragmático-cognitiva

Autores

  • Fábio José Rauen UNISUL - Santa Catarina - Brasil
  • Bárbara Mendes Rauen UNISUL - Santa Catarina - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2018v15n3p3153

Resumo

Neste artigo, analisamos através de um viés pragmático cognitivo a extensão do escopo da Lei Maria da Penha a homens vítimas de violência doméstica e familiar em Pelicani (2007). Para tanto, mobilizamos as noções teóricas de conciliação de metas de Rauen (2014) e de relevância de Sperber e Wilson (1986, 1995), estabelecendo correlações entre a Constituição Federal de 1988, a Lei Maria da Penha e o texto de Pelicani. O estudo sugere que o plano de ação intencional de Pelicani consiste em propor utilizar o método de interpretação conforme a Constituição, para harmonizar a Lei Maria da Penha ao princípio da igualdade albergado na Constituição e, desse modo, estender seu escopo a homens, preservando o bem jurídico de inviolabilidade do direito à segurança na medida em que ela passaria a proteger a todas as vítimas de violência doméstica e familiar independentemente de sexo ou de opção afetiva.

Biografia do Autor

Fábio José Rauen, UNISUL - Santa Catarina - Brasil

Doutor em Letras/Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina. Docente e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina (PPGCL/UNISUL).

Bárbara Mendes Rauen, UNISUL - Santa Catarina - Brasil

Estudante do Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Bolsista de Iniciação Científica do Programa Unisul de Iniciação Científica (PUIC).

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Publicado

2018-10-23

Edição

Seção

Artigo