O que há de mais profundo no homem é a pele:
uma estilística da (des)obediência no acontecimento George Floyd
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2021.e79065Resumo
O artigo tem por objetivo promover um diálogo entre a estilística da (des)obediência de Frédéric Gros (2018) e a microfísica do poder de Michel Foucault (1979), compreendendo os modelos gerais de obediência e desobediência como manifestações em torno das quais se organizam poderes e resistências. A fim de demonstrar a produtividade dessa interseção, problematiza-se a emergência do acontecimento George Floyd e desenvolve-se uma análise discursiva de três enunciados produzidos em seu interior, no intuito de analisar as relações de poder que estão lá materializadas e mais particularmente os modelos de obediência e desobediência que nelas se inscrevem. Com isto, trabalha-se na desnaturalização das práticas de uma obediência cega e no fomento às práticas de resistência que se pautam no exercício crítico e ético dos sujeitos.
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